Se o governo não cumprir, será a própria CAP a dizer: "temos de nos manifestar"
"Se houver aumento do rendimento dos agricultores" o presidente da CAP afirma: "sim, com certeza" é possível aumentar o salário mínimo para os 1000 euros em 2028. Sobre a passagem deste objetivo para um eventual acordo de rendimentos em sede de concertação social, Álvaro Mendonça e Moura diz que primeiro é preciso cumprir o acordo que foi assinado e só depois se deve falar em novos acordos, porque aquilo que foi assinado ainda não foi aplicado e o próximo governo deve cumpri-lo.
Álvaro Mendonça e Moura considera que o dia 10 de março é capital para o país, para "saber se os portugueses querem o mesmo ou querem mudar". Ainda assim, admite que possa existir um novo governo PS até porque, pela primeira vez, ouviu num debate promovido pela CAP o PS admitir que é preciso fazer mudanças na agricultura. De resto, considera que tanto à esquerda como à direita há um consenso sobre o que tem de ser alterado e que, nalguns casos, as ideias vão ao encontro das pretensões da Confederação dos Agricultores de Portugal.
Até 10 de março, o presidente da CAP diz que "este governo não se pode demitir das suas obrigações" e "tem a obrigação constitucional de gerir o país". Uma dessas obrigações é apresentar em Bruxelas a reprogramação do PREPAC - Plano Estratégico da Política Agrícola Comum - porque se não o fizer, em 2024, vão verificar-se os mesmos atrasos e cortes nos pagamentos das ajudas aos agricultores. Mais: Segundo Álvaro Mendonça e Moura a reprogramação deve já contemplar a passagem da agricultura biológica para o II pilar para obrigar a um compromisso plurianual.
Não se compromete sobre a continuidade dos atuais protestos dos agricultores, mas diz que se o dinheiro não for pago aos agricultores e se a reprogramação do PREPAC não for entregue em Bruxelas, "se isto não for cumprido não tenham dúvida que será a própria CAP a dizer temos de nos manifestar".