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Ministro da Agricultura nega que haja um "corte brutal" na reprogramação do PEPAC

por Antena 1

O ministro da Agricultura nega que haja um "corte brutal" na reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) e está disponível para ir ao Parlamento dar explicações como requereu o PS.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, José Manuel Fernandes referiu que a proposta portuguesa para a renegociação da terceira reprogramação do PEPAC já foi entregue em Bruxelas, que os avisos já estão a ser abertos e que as 11 entidades do setor, que deram parecer desfavorável à proposta, não seriam capazes de apresentar uma proposta melhor.

O ministro da Agricultura garante que, em termos médios, não houve redução das verbas para o investimento: "temos um investimento superior... é fazer contas, é matemática”. Ainda assim admite: "se me demonstrarem que o investimento que existe não é suficiente, eu altero".
É com base nesta convicção que José Manuel Fernandes está disponível, "com todo o gosto", para ir ao Parlamento responder ao Partido Socialista (PS). Adianta ainda que, em função dos montantes previstos, a média de 2014 a 2020 foi de 222,5 milhões euros e que agora será de 246,3 milhões de euros. Um valor que pode não ser totalmente executado, mas que o ministro garante não será perdido, será reafectado.
O ministro da Agricultura considera que seria um "desastre para Portugal" o chumbo do Orçamento do Estado para 2025. Lembra que a execução dos fundos europeus ficava comprometida e espera que o documento não seja desvirtuado.
De resto garante que, mal o Orçamento do Estado entre em vigor, as verbas, no montante de 10 milhões de euros para a promoção do vinho, vão ser descativadas.
O ministro anuncia que esta semana já deu despacho a 450 milhões de euros referentes a pagamentos das ajudas do pedido único para vários setores.
Ainda sobre o Orçamento do Estado, esclarece que os 60 milhões previstos para reforçar o rendimento dos agricultores não são os que foram aprovados pelo anterior Governo a seguir aos protestos dos agricultores. 

À verba prevista pelo anterior Executivo de 58 milhões de euros, o Governo vai juntar mais 60 milhões e até 2029, com a reprogramação do PEPAC, deixam de ser necessários os habituais auxílios de Estado, ficando disponível, anualmente, a verba de 60 milhões de euros até 2029.
Relativamente ao apoio aos agricultores afetados pelos incêndios, o José Manuel Fernandes assegura que todos os interessados terão acesso aos apoios do Estado para o restabelecimento da capacidade produtiva. 

O aviso de 50 milhões de euros vai fechar no final do mês, mas o ministro garante que será aberto outro, reaproveitando as verbas não utilizadas, porque há agricultores que precisam de mais tempo para apresentar as suas candidaturas.
Nesta entrevista, o ministro da Agricultura adianta ainda que a iniciativa "Água que Une", para uma melhor gestão da água em todo o território, terá um "investimento que será brutal", um "montante elevadíssimo". 

Sem concretizar, remeteu para janeiro o cronograma de investimentos e a arquitetura financeira que passa pelo recurso ao Fundo Ambiental, ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, às políticas de coesão, ao Banco Europeu de Investimento e a outros instrumentos, no que considera que será também um "financiamento brutal". Transvases e dessalinizadoras só em último recurso.

Relativamente às CCDR e à transferência de competências das Direções Regionais de Agricultura e Pescas, o ministro da Agricultura garante que o problema fica resolvido com a nomeação de vice-presidentes para cada uma das CCDR com um "upgrade": o contrato programa para cada CCDR será elaborado em conjunto pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial e o ministro da Agricultura e Pescas.
Entrevista de Rosário Lira, da Antena 1, e de Diana Mar, do Jornal de Negócios para ouvir aqui.

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