Desde que foi decretado o Estado de Emergência, a Provedora de Justiça recebeu 3.400 queixas relacionadas com a pandemia, nenhuma relacionada com o mau funcionamento dos serviços públicos.
Ainda assim, a Provedora de Justiça adianta que não teve nenhuma queixa sobre o mau funcionamento dos serviços. "Portugal não tem uma Administração Pública eficiente e eficaz mas, extraordinariamente, quando chegou a altura de toda a gente dar o máximo, isso aconteceu".
No entanto, admite que a partir de agora, com a necessidade de recuperar serviços que foram adiados, as queixas sobre o funcionamento dos serviços públicos possam aumentar, nomeadamente ao nível da Segurança Social.
Nesta entrevista, a constitucionalista admite que a pandemia acentuou as desigualdades sociais e uma das áreas onde mais se sentiu essa desigualdade foi a educação. Maria Lúcia Amaral confessa, com emoção, que está preocupada com os idosos e as crianças e defende que os apoios a estas franjas etárias da sociedade, devem ser prioritários: "Uma sociedade que não é capaz de tratar bem os seus velhos e as suas crianças não é sã".
Admite que o Estado não tem capacidade financeira para acudir a todos, mas espera, e apela, para que os recursos que vêm da União Europeia sejam distribuídos por aquilo que é efetivamente necessário. Sobre a canalização de verbas para a capitalização ou a nacionalização de empresas, Maria Lúcia Amaral diz que não se pronuncia como Provedora mas, como cidadã contribuinte, sente-se inquieta.
Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Susana Paula do Jornal de Negócios.