Conversa Capital com Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas
Foto: Antena1
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas não acredita que seja possível acabar com a pobreza dos idosos até ao final da legislatura como anunciou o primeiro-ministro. Há mais rendimentos mas também há mais desertificação.
Nesta entrevista, Manuel Lemos diz que "as Misericórdias saem baratíssimas ao Estado" e por isso, só questões ideológicas podem afastar o Estado do sector social. No que se refere à saúde, adianta que tem estado a conversar com a ministra, um diálogo que está a correr bem e que permitirá um envolvimento maior do sector social. Sendo que neste momento, a divida do Estado às Misericórdias, no âmbito da redução das listas de espera para cirurgias, ronda os 10 milhões de euros.
Já quanto à ADSE, Manuel Lemos não tem perspetivas de que o acordo assinado há 2 anos, venha a ser concretizado, sem que haja uma intervenção superior. "Já vamos em 104 semanas".
Manuel Lemos quer que a comparticipação do Estado para as misericórdias no próximo Orçamento do Estado, sofra um aumento indexado ao aumento que venha a ser definido para o salário mínimo nacional. O presidente da UMP lembra que o Estado não está a cumprir com os valores acordados no âmbito dos pactos de cooperação, que são assinados de 2 em 2 anos. O Estado paga em média 38 por cento dos custos de cada utente, em vez de comparticipar com 50 por cento, como ficou acordado.
Manuel Lemos lembra que as Misericórdias têm um problema de sustentabilidade. Num universo de 400, já foram auditadas cerca de 30. E destas, cerca de metade estão com problemas financeiros que necessitam de acompanhamento. E há mais 30 auditorias em curso.
Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias, a Rosário Lira Antena1) e João D'Espiney (Jornal de Negócios):