António Saraiva: Cruz Vermelha perde dinheiro com Estado que paga serviços tarde e abaixo do custo
O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, considera que a instituição está a perder dinheiro com o Estado, em muitas valências, devido à fórmula de calculo e à falta de revisão dos protocolos.
No caso da violência doméstica, a Cruz Vermelha Portuguesa tinha acompanhado, no ano passado, cerca de duas mil mulheres. Este ano, só no primeiro semestre, já tinham sido ajudadas 1.730 vítimas. Numa apreciação à atualidade, o antigo presidente da CIP e atual presidente da Mesa da Assembleia Geral, considera que a situação política e económica que se vive em França e na Alemanha vai ter impacto em Portugal e nem a descida das taxas de juro pode ser suficiente num cenário protecionista. António Saraiva considera que o Orçamento do Estado para 2025 é "insuficiente" para enfrentar os desafios que se avizinham e, em concreto para as empresas, deixa ficar "muito pouco", sendo que o IRC "não é nenhuma bala de prata" porque há outras medidas que podiam ter sido tomadas e não foram. Nesta Conversa Capital, António Saraiva lamenta que a Caixa Geral de Depósitos atue como qualquer outro banco privado e não tenha um papel diferenciado no apoio às empresas, com acontecia com o BES, e também por isso não coloca de parte a possibilidade de a CGD poder vir a adquirir o Novo Banco. O presidente da CVP diz que gostaria que o banco se mantivesse em mãos portuguesas.
Entrevista conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Hugo Neutel, do Jornal de Negócios.