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Criança portuguesa com sida em elevado grau clínico não apresenta problemas de saúde

por Nuno Patrício
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Foto: Nuno Patrício, RTP

É um caso de estudo nacional e internacional. Criança de nove anos acompanhada por investigadores da Universidade de Coimbra com elevado nível de HIV/SIDA, mas não apresenta qualquer problema imunológico.

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) descreveu, pela primeira vez, numa criança, uma variante do vírus da imunodeficiência humana (HIV) associada ao surgimento tardio de SIDA.

O estudo, já publicado no Journal of Medical Microbiology Case Reports da Society for General Microbiology, descreve o caso clínico de uma criança de cinco anos de idade que, apesar de estar infetada por HIV, manteve-se saudável, registando apenas as patologias típicas da idade.

A detecção da doença deu-se quando a criança deu entrada no hospital para ser sujeita a uma pequena cirurgia e as análises de rotina revelaram alterações das provas de coagulação e marcadores hepáticos.

As análises identificaram ainda a ausência de linfócitos CD4+ (glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo contra infeções) e um grau muito elevado de infeção pelo vírus HIV, apresentando mais de um milhão de vírus por mililitro de sangue. Apesar de tudo, a criança não apresentava sintomas da doença.

Através de um estudo detalhado do gene do HIV que codifica a proteína Vpr (responsável por regular o nível de virulência), os investigadores descobriram argumentos fortes para explicar que o vírus tenha ficado tanto tempo sem se manifestar.

Em estudo estão duas mutações associadas à proteína Vpr do HIV1, R77Q e Q3R, descritas como estando envolvidas no aparecimento tardio dos primeiros sintomas da Síndroma da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).

A descoberta destas duas mutações é muito relevante para "o prognóstico da doença. Idealmente, a inclusão do estudo destas mutações na rotina clínica permitiria prever a evolução do vírus e evitar, por exemplo, a administração de medicação antirretrovírica numa fase precoce do diagnóstico".

Um caso clinico único a nível mundial, que está a despertar a curiosidade da comunidade científica, como relata numa entrevista pela coordenadora do estudo, Teresa Gonçalves, ao Jornalista do Online da RTP e da Antena 1, Nuno Patrício.

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