Cientistas do CERN anunciam descoberta de nova partícula subatómica
Cientistas da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) anunciaram hoje a descoberta de uma partícula nova que pode ser o bosão de Higgs, uma partícula elementar surgida logo após o Big Bang, a explosão que terá estado na origem de todo o Universo.
A descoberta do bosão de Higgs poderia ajudar a verificar uma teoria com cerca de 50 anos, que descreve um mecanismo para dar massa a todas as partículas do modelo padrão. No modelo matemático proposto as partículas não têm massa, pois a introdução de massas nesse modelo levaria a resultados infinitos. Peter Higgs e outros cientistas propuseram um mecanismo que permite introduzir massas nas partículas descritas por esse modelo matemático, que permite obter cálculos e resultados com sentido.
Segundo os resultados hoje comunicados no CERN, a massa da nova partícula descoberta é de 125,3 GeV, cerca de 133 vezes a massa de um protão. O grupo do CMS, um dos que procura a nova partícula no CERN, declarou que, ao combinar os dois conjuntos de dados recolhidos nas suas experiências, conseguiu um nível de confiança perto dos "cinco sigma", o que significa que há um em 3,5 milhões de hipóteses de que esse sinal aparecesse se não houvesse a partícula de Higgs. A combinação de todos os dados do CMS faz com que a hipótese de erro passe para apenas um em cada dois milhões.
Joe Incandela, que falou em nome do CMS, foi mais concreto: "Os resultados são preliminares, mas o sinal de cinco sigma à volta dos 125 geV é dramático. Estamos mesmo a falar de uma nova partícula", disse Incandela aos cientistas reunidos em Genebra, uma comunicaçao que foi recebida com aplausos.
A conferência de imprensa onde está a ser efetuado o anúncio ainda decorre no CERN e pode ser vista em direto. O comunicado de imprensa do CERN sobre a descoberta também está disponível.