O futebolista ucraniano Roman Yaremchuk envergou hoje a braçadeira de `capitão` do Benfica, a partir dos 62 minutos, quando substituiu Darwin Nuñez, no encontro frente ao Vitória de Guimarães, da 24.ª jornada da I Liga.
O dianteiro, muito emocionado, recebeu a braçadeira do central belga Vertonghen, enquanto recebia uma forte ovação dos adeptos no Estádio da Luz, em Lisboa, que entoaram o seu nome, dias depois de a Rússia ter lançado uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos de alvos em várias cidades.
Já na quarta-feira, quando apontou o tento da igualdade na receção aos neerlandeses do Ajax (2-2), da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, Yaremchuk despiu a camisola do Benfica e exibiu o tridente ucraniano [tryzub], símbolo nacional do país.
Depois do encontro, na `flash interview`, o internacional ucraniano explicou o gesto, que foi punido com o cartão amarelo [por ter despido a camisola do clube]: "Penso muito sobre esta situação. Tenho medo e quero apoiar o meu país."
Mais tarde, recorreu às imagens dos seus festejos no encontro da `Champions` para, numa partilha no Instagram, voltar a apoiar os seus compatriotas.
"Sou ucraniano e orgulho-me disso. Estando a milhares de quilómetros do meu país natal, quero apoiar todos os que estão sob tensão na sua terra. Agora, é tempo de nos unirmos. Este é o nosso país, a nossa história, a nossa cultura, o nosso povo e as nossas fronteiras. Gostaria de agradecer aos nossos defensores pela sua coragem. Glória à Ucrânia", escreveu o avançado do Benfica.
A ofensiva militar, iniciada na quinta-feira de madrugada, já provocou cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.