Rui Gomes da Silva. “Benfica não pode ser interposto de jogadores”

por Mário Aleixo - RTP
Rui Gomes da Silva não poupa nas críticas à política seguida por Luís Filipe Vieira no comando do Benfica RTP

Na hora do Benfica perder a liderança do campeonato, depois do empate em casa com o Moreirense (1-1) e da vitória do FC Porto frente ao Santa Clara (2-0), o antigo dirigente do Benfica, Rui Gomes da Silva, diz na Antena 1, o que em sua opinião vai mal no clube da Luz.

O ex-vice-presidente da direção do Benfica e anunciado como candidato à presidência nas próximas eleições, começou por colocar o dedo na ferida e frisou que, em sua opinião, “nem nos tempos mais pobres da equipa como 1994 ou o consulado de Vale e Azevedo, a equipa se viu confrontado com uma única vitória em sete jogos e, no espaço de um mês, perdeu oito pontos quando levava sete de avanço, com metade dos jogos realizados em casa e a outra metade fora”.

Dito isto Rui Gomes da Silva, em declarações ao jornalista David Carvalho, começou por apontar alguns factos que conduziram ao atual cenário: “deficiente construção do plantel, falta de ajustamentos válidos em junho e janeiro, erros de opção e instabilidade emocional”.



O antigo vogal do Conselho de Administração da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Benfica atacou as opções do presidente Luís Filipe Vieira e apelou para que o atual líder “tenha capacidade para perceber que deixou de ser a solução e passou a ser o problema”.

O advogado e comentador desportivo, de 61 anos, não esqueceu alguns dos méritos do atual presidente como a denúncia do “Apito Dourado” (escândalo de corrupção no meio do futebol português que emergiu em 2004), o fim do contrato com a Olivedesportos ou a equipa construída para a Europa de 2014 onde pontificavam jogadores como Luisão, Gaitán, Salvio ou Jonas.

Para Rui Gomes da Silva o fim da parceria com o BES e o início do trabalho com outro parceiro estratégico (o empresário Jorge Mendes) “foi determinante para a quebra no desempenho desportivo do clube, porque o clube passou a ser um interposto de compra e venda de jogadores de sofrível qualidade e vender é incompatível com êxitos desportivos”.

A concluir o carismático benfiquista olhou para o presente para referir que “já não dependemos de nós” e acrescentar que a instituição está a perder uma oportunidade de ouro para consolidar uma posição de liderança, numa altura em que os principais adversários são “um FC Porto intervencionado pela UEFA e deficitário” e um Sporting que “já não existe” enquanto clube grande.
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