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Morreu Eriksson, antigo treinador do Benfica

por RTP
Eriksson um treinador que ajudou a inovar o futebol Alberto Lingria - Reuters

O antigo técnico do Benfica tinha 76 anos. Diagnosticado com um cancro terminal, tinha sido homenageado pelo Benfica ao intervalo do duelo com os franceses do Marselha, da primeira mão dos quartos de final da Liga Europa de futebol, em abril deste ano.

Sven-Göran Eriksson, antigo treinador do Benfica que padecia de um cancro em fase terminal, morreu esta segunda-feira, aos 76 anos.

“Após longa doença, Sven-Goran Eriksson faleceu durante a manhã desta segunda-feira, em casa, rodeado pela família”, pode ler-se em nota publicada na página oficial do treinador.

Na mesma nota, pede-se reserva para a família no momento de luto e informa-se que as condolências podem ser endereçadas na página oficial (www.svengoraneriksson.com).

Em janeiro o ex-técnico sueco revelou que tinha "na melhor das hipóteses" um ano de vida, depois de ter sido diagnosticado com um cancro no pâncreas.


Despedida no Estádio da Luz

O sueco treinou o Benfica durante cinco épocas, em duas passagens diferentes, entre 1982 e 1984 e, depois, entre 1989 e 1992. Foi três vezes campeão nacional, venceu uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.

No Benfica, o treinador, trazido pelo empresário Borge Lantz, após a conquista da Taça UEFA com o Gotemburgo, revolucionou o futebol dos encarnados, com ideias inovadoras à época.

Eriksson liderou também as "águias" na final da Taça UEFA de 1982/83, perdida para o Anderlecht, em eliminatória a duas mãos, e na final da Liga dos Campeões de 1989/90, em que perdeu com o AC Milan (1-0), em Viena.

O treinador foi homenageado no Estádio da Luz em abril.

Sob uma ovação dos milhares de adeptos benfiquistas presentes no estádio, Eriksson surgiu no relvado com uma guarda de honra composta por várias lendas do Benfica que se cruzaram com o técnico, vestidos com as camisolas daquela época.

A acompanhar o sueco, estiveram Valdo, António Bastos Lopes, Carlos Pereira, Álvaro Magalhães, Alberto Bastos Lopes, Kenedy, Paulo Madeira, José Manuel Delgado, Pedro Valido, Dias Graça, Shéu, Rui Águas, João Alves, Paulo Padinha, Vítor Paneira, António Veloso, José Carlos, William, Filipovic, César Brito, Manniche, Diamantino, Humberto Coelho, Carlos Manuel e Toni, aplaudidos um a um pelos adeptos benfiquistas.

"Muitas emoções e choro. É lindo. Obrigado a todos os benfiquistas. Força, Benfica. Muita sorte para o futuro, a Rui Costa e a todos os benfiquistas", expressou Eriksson, antes de receber um galardão Cosme Damião pelas mãos do presidente.

Família emitiu comunicado

"Após uma longa doença, Sven-Goran Eriksson faleceu durante a manhã em casa, rodeado pela família. Os familiares mais próximos são a filha Lina; o filho Johan com a esposa Amana e a neta Sky; o pai Sven; a namorada Yanisette e o filho Alcides; o irmão Lars-Erik e a mulher Jumnong. A família pede respeito pelo seu desejo de fazer o luto em privado e não ser contactada", pode ler-se no comunicado emtido pela família do antigo treinador do Benfica na década de 80.

No últimos dias Eriksson tinha deixado uma mensagem de despedida: "Acho que todos temos medo do dia em que iremos morrer, mas a vida é também sobre morte. Espero que se lembrem de mim como uma pessoa positiva que tentou sempre fazer o máximo. Não fiquem tristes, sorriam. Obrigado a toda a gente, treinadores, jogadores, adeptos. Foi fantástico. Cuidem de vocês e das vossas vidas. Vivam-na... adeus", afirmou o sueco num documentário da "Amazon Prime" sobre a sua vida.

O sueco teve uma carreira cheia de sucesso, passou por clubes como Lazio, Sampdoria, Fiorentina, Roma, Manchester City, Leicester City, além do Benfica – onde esteve de 1982/83 a 1983/84 e de 1989/90 a 1991/92. Como selecionador liderou a Inglaterra, o México, a Costa do Marfim e as Filipinas, no último cargo como treinador.

Sven-Goran Eriksson, o primeiro treinador não britânico a orientar a seleção de Inglaterra, levou a equipa dos três leões aos quartos de final em três grandes torneios, entre 2001 e 2006.

Dirigiu aquela que foi considerada uma "geração de ouro" de jogadores, incluindo David Beckham, Steven Gerrard e Wayne Rooney, nos Campeonatos do Mundo de 2002 e 2006 e levou a equipa aos quartos de final em ambos os torneios, antes de ser eliminada pelo Brasil e por Portugal, respetivamente.

Na única outra grande competição sob o comando de Eriksson - o Campeonato da Europa de 2004 - a Inglaterra também foi eliminada nos quartos-de-final, novamente por Portugal e através de um desempate por grandes penalidades, tal como no Campeonato do Mundo de 2006.

O último cargo no futebol foi o de diretor desportivo no Karlstad, uma equipa da terceira divisão da Suécia.

 
 

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