Uma sondagem realizada pela Universidade Católica para a RTP e Antena 1 prevê a vitória da candidatura de Basílio Horta nas próximas eleições autárquicas. Atual detentor da Câmara de Sintra, o Partido Socialista poderá chegar aos 45 por cento dos votos e eleger até seis vereadores, seguido de Marco Almeida, candidato da coligação “Juntos Pelos Sintrenses” (PSD e CDS-PP), que poderá arrecadar até 29 por cento dos votos e até quatro vereadores. O estudo realça o número significativo de indecisos inquiridos, a pouco mais de uma semana do escrutínio de 1 de outubro.
Esta é a primeira de uma série de sondagens da Universidade Católica revelar nos próximos dias na RTP e Antena 1.
A sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa para a RTP e Antena 1 dá como garantida a continuidade do Partido Socialista na Câmara de Sintra, liderada por Basílio Horta, candidato que conduz a autarquia desde 2013.
Nessas eleições, Basílio Horta alcançou 26,83 por cento dos votos devolveu a câmara de Sintra ao Partido Socialista, depois de onze anos de Fernando Seara (PSD) à frente da autarquia. O candidato então independente Marco Almeida obteve 25,42 por cento.
A sondagem não detalha as percentagens dos restantes movimentos que concorrem à câmara de Sintra, num total de dez candidatos.
Com base nas respostas dos inquiridos, o centro de estudos e sondagens da Católica estima que o PS alcance 42 por cento dos votos e a coligação “Juntos pelos Sintrenses” chegue aos 26 por cento, seguidos pela CDU, com nove por cento, Bloco de Esquerda com sete por cento e PAN, com cinco por cento.
Esta sondagem prevê uma margem de erro de 2,9 por cento, pelo que os socialistas poderão alcançar no máximo até 45 por cento de votos e a coligação PSD/CDS-PP até 29 por cento. No que diz respeito ao número de vereadores, a candidatura de Basílio Horta pode conquistar a maioria absoluta sem que seja necessário recorrer a acordos ou coligações, como aconteceu nas eleições de 2013.
PS com seis vereadores
Segundo estes dados, os socialistas poderão escolher até seis vereadores, enquanto a candidatura Juntos pelos Sintrenses, liderada por Marco Almeida, poderá eleger, no máximo, até quatro vereadores. A sondagem prevê ainda a eleição de um vereador pela CDU e admite a possibilidade de o Bloco de Esquerda vir a eleger um vereador.
Os dados recolhidos pela Universidade Católica Portuguesa mostram um número muito elevado de eleitores indecisos ou que se recusaram dar uma resposta para este inquérito (27 por cento da amostra).
Tendo em conta estes dados e a potencial influência das campanhas eleitorais, a sondagem admite que as “intenções de voto poderão ainda mudar significativamente” até ao dia das eleições.
Estes números sugerem que o resultado em Sintra pode ser bastante mais claro que há quatro anos, quando as candidaturas entre o socialista Basílio Horta e Marco Almeida, na altura candidato independente, ficaram separadas por apenas 1738 votos, e que obrigou o partido a procurar.
Os dados fornecidos pela sondagem com base numa amostra de 1169 inquéritos válidos mostram que 60 por cento das pessoas auscultadas dizem que vão votar “de certeza”, enquanto que 18 por cento dizem que “em princípio vai votar”.
Estes dados não deixam prever um valor aproximado de abstenção, mas 11 por cento dos inquiridos em Sintra assumem que não irá votar e outros 11 por cento dizem não saber se vão às urnas.
A sondagem mostra ainda dados relevantes nas intenções de voto por sexo e idade, nomeadamente no maior peso do Partido Socialista entre os homens ou na maior prevalência de PS e da coligação “Juntos pelos Sintrenses” crescer com o avanço da idade: quase 60 por cento dos inquiridos com mais de 65 anos votam nos dois principais candidatos.
Destaque também para o número de indecisos, mais elevado no escalão entre os 18 e os 34 anos (26 por cento).
Educação e emprego são prioridades
Quanto aos temas que mais preocupam os eleitores neste que é o segundo concelho mais populoso do país, situado às portas de Lisboa e que contabiliza cerca de 380 mil habitantes, os inquiridos pela Universidade Católica dão primazia às questões de educação (34 por cento), criação de emprego (28 por cento), habitação e apoio social (16 por cento) e ainda trânsito e transportes (15 por cento).
O inquérito apurou também que a amostra dá maior relevância ao candidato do que ao movimento ou partido que o apoia. Dos inquiridos, 55 por cento dizem atribuir maior importância ao candidato, enquanto 19 por cento valorizam o partido ou movimento.
Independentemente de preferências e intenções de voto, 41 por cento dos inquiridos acreditam que será o Partido Socialista a vencer as eleições para a Câmara de Sintra, dos quais 29 por cento assumem-se como eleitores da principal candidatura adversária.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1 e RTP nos dias 17, 18 e 19 de setembro de 2017. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes no concelho de Sintra. Foram selecionadas cinco freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2005, 2009 e 2013 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente no concelho. Foram obtidos 1169 inquéritos válidos, sendo 55% dos inquiridos do sexo feminino. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no concelho por sexo, escalões etários, e freguesia na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 75%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1169 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.
* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; e recusas.