Autárquicas 2021: Projeções da Universidade Católica

por Raquel Ramalho Lopes, Andreia Martins, Graça Andrade Ramos, Mariana Ribeiro Soares - RTP
RTP

A projeção da Universidade Católica para a RTP admite a vitória da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PPM) à Câmara de Lisboa, com um resultado entre os 32 e os 36 por cento, em empate técnico com o atual presidente da autarquia, Fernando Medina (PS e Livre), que poderá contabilizar entre 31 e 35 por cento dos votos. No Porto não há surpresas: o independente Rui Moreira deverá assegurar a continuidade à frente da Câmara do Porto com uma percentagem de votos entre 39 e 44 por cento. Em Coimbra, José Manuel Silva conquista a autarquia ao PS com alguma margem, enquanto Almada volta a escolher a socialista Inês de Medeiros. Nestas estimativas, prevê-se que Santana Lopes seja eleito na Figueira da Foz e, na Amadora, os resultados da projeção apontam para a vitória da atual autarca, Carla Tavares (PS).

Carlos Moedas poderá ser o próximo presidente da Câmara de Lisboa e obter entre seis a oito mandatos. De acordo com a projeção da Universidade Católica para a RTP, o candidato da coligação “Novos Tempos” poderá obter entre 32 e 36 por cento dos votos, enquanto o socialista Fernando Medina fica a um por cento de distância, com entre 31 e 35 por cento dos votos. Também poderá eleger entre seis a oito vereadores.

De acordo com esta estimativa, a coligação “Mais Lisboa”, composta pelo PS e pelo Livre, fica longe dos resultados de 2017, quando obteve 42 por cento dos votos.

Carlos Moedas, da coligação “Novos Tempos”, que reúne PSD, CDS-PP, Aliança, MPT e PPM, consegue desta forma melhorar os resultados do PSD e do CDS-PP se estes tivessem concorrido juntos em 2017 (30,81 por cento).

Segundo a projeção da Católica para a RTP, a Coligação Democrática Unitária (CDU), liderada por João Ferreira, obtém entre 10 e 13 por cento dos votos, números que ainda não asseguram o segundo vereador.

Com entre cinco e sete por cento dos votos, o Bloco de Esquerda deverá manter a vereação conquistada em 2017.

A Iniciativa Liberal e o Chega podem conseguir eleger um vereador para a Câmara Municipal de Lisboa. A projeção da Universidade Católica atribui, tanto à candidatura de Bruno Horta Soares, como à candidatura de Nuno Graciano, uma votação entre três e cinco por cento.

Se esta projeção se verificar, a candidata do PAN, Manuela Gonzaga, regista entre dois e quatro por cento dos votos, falhando o objetivo de conseguir a eleição para um dos 17 mandatos para a Câmara Municipal.

A projeção aponta cerca de um por cento para os candidatos do Volt Portugal, Nós, Cidadãos, Ergue-te!, Partido Democrático Republicanos, e para o movimento cívico “Somos todos Lisboa”.

Os votos brancos e nulos devem totalizar entre dois e quatro por cento.

Ficha técnica: Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 26 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Autárquicas no município. Foram selecionadas sete freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 4146 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 77%.
Rui Moreira repete vitória no Porto

O atual presidente da autarquia deverá ser reeleito contabilizando entre 39 e 44 por cento dos votos, aponta a estimativa da Universidade Católica para a RTP. Isto significa que Rui Moreira poderá renovar a maioria absoluta, obtendo entre seis a oito mandatos.

Candidato independente, líder do movimento “Aqui há Porto”, Rui Moreira volta a vencer as eleições. De recordar que Moreira conquistou a câmara pela primeira vez em 2013, tendo sido reeleito nas eleições seguintes. Nas autárquicas de 2017, Rui Moreira tinha conquistado a maioria absoluta com um valor mais expressivo: 44,46 por cento dos votos.

Depois, há um empate técnico entre PS e PSD. O deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro deverá obter entre 16 a 19 por cento dos votos, o que permitirá eleger entre dois a três mandatos, segundo a estimativa. Este é o mesmo resultado atribuído a Vladimiro Feliz, candidato do PSD, com 16 a 19 por cento dos votos, que se traduzem também em dois ou três mandatos.

Segue-se a candidata da CDU, Ilda Figueiredo, com 6 a 9 por cento dos votos. Desta forma, os comunistas asseguram um mandato na Câmara. Por fim, o Bloco de Esquerda, com o candidato Sérgio Aires, obteve 5 a 8 por cento dos votos no Porto, um resultado que não assegura ainda de forma inequívoca um vereador ao partido. No entanto, se se confirmar, esta será a primeira vez que o Bloco elege um vereador naquela câmara.

Os restantes candidatos não deverão conseguir nenhum dos 13 mandatos da Câmara do Porto: o PAN conta com uma votação entre os 2 e os 4 por cento, assim como o Chega, com o mesmo intervalo de percentagem de votos, segundo a Católica. Seguem-se o Livre, Volt Portugal, PPM e Ergue-te, todos com 0 a 1 por cento dos votos. O peso dos votos brancos ou nulos deverá ser entre 2 e 4 por cento.

Ficha técnica: Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 26 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Autárquicas no município. Foram selecionadas seis freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 3957 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 77%.
PS perde Coimbra com máximo de 31% dos votos

Em Coimbra, o Partido Socialista enfrentou um bloco de quase todos os outros, e perdeu a autarquia de acordo com as projeções da Universidade Católica para a RTP.

José Manuel Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e candidato da coligação “Juntos Somos Coimbra”, que junta PSD/CDS/PPM/Volt/RIR/Aliança/“Nós, Cidadãos”, deverá conseguir 42 a 47 por cento dos votos e roubou a liderança da autarquia aos socialistas, depois de ter conseguido um dos dois lugares de vereador em 2017 pelo movimento “Somos Coimbra”.

A coligação PSD/CDS/MPT/PPM tinha também obtido em 2017 três mandatos. Agora, juntos deverão obter cinco a sete mandatos.

O candidato do PS e líder da Associação Nacional de Municípios Portugueses, (ANMP), Manuel Machado, deverá conseguir 27 a 31 por cento dos votos, não conseguindo o terceiro mandato executivo na liderança da autarquia que procurava. Poderá manter os cinco lugares na vereação ou perder um.

O ex-comunista Jorge Gouveia Monteiro, líder do movimento “Cidadãos por Coimbra”, é a grande surpresa da noite, com oito a 11 por cento dos votos e consegue um lugar de vereador, objetivo que falhou em 2017 por menos de uma centena de votos.

O maior derrotado em Coimbra, além de Manuel Machado, é Francisco Queirós, candidato pela CDU e vereador eleito em 2017, que concorreu pela quarta vez consecutiva e irá obter cinco a sete por cento dos votos, perdendo o lugar na vereação.

Miguel Ângelo Marques, o primeiro candidato do Chega a Coimbra, deverá conseguir um a três por cento votos, os mesmos de Tiago Meireles Ribeiro, da Iniciativa Liberal.

Filipe Reis, do partido Pessoas, Animais e Natureza e estreante como seu cabeça de lista, poderá obter um a dois por cento dos votos e Inês Tafula, a única mulher na corrida à autarquia como cabeça de lista “Coimbra é Capital”, do Partido Democrático Republicano e do MPT Partido da Terra, terá convencido somente até dois por cento dos eleitores nas urnas.

Os votos brancos ou nulos deverão somar de dois a quatro por cento.

Ficha técnica: Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 26 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Autárquicas no município. Foram selecionadas sete freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 3706 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 83%.
Almada: CDU de novo derrotado pelo PS

A atual presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, deverá ser reeleita com 40 a 45 por cento dos votos. A CDU volta, assim, a perder a autarquia que sempre foi comunista até 2017, conquistando 30 a 34 por cento dos votos.

Se estes resultados se verificarem, a atriz e realizadora Inês de Medeiros conquistará mais mandatos do que em 2017 e poderá mesmo obter a maioria absoluta. De acordo com a projeção da Universidade Católica, a socialista conquistará entre cinco a sete lugares na vereação dos 11 totais. A comunista Maria das Dores Meira conquista entre quatro a cinco mandatos.

Inês de Medeiros reforça, assim, a sua posição na autarquia, quando em 2017 tinha sido eleita por apenas 400 votos.

O terceiro candidato mais votado é Nuno Matias, da “Coligação Almada Desenvolvida” (PSD, CDS, Aliança, MPT e PPM), com oito a 12 por cento dos votos e um mandato. Em quarto lugar encontra-se o Bloco de Esquerda, com a candidata Joana Mortágua a conseguir cinco a oito por cento dos votos e um mandato no máximo.

Seguem-se, nas intenções de voto, o Chega (três a cinco por cento), o Iniciativa Liberal (um a três por cento) e o PAN (um a três por cento).

Ficha técnica: Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 26 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Autárquicas no município. Foram selecionadas quatro freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 3680 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 76%.
Santana Lopes vence Figueira da Foz
Pedro Santana Lopes vai voltar a presidir ao município que liderou entre 1997 e 2001, agora como independente. Nas projeções da Universidade Católica para a RTP, a candidatura do antigo presidente do PSD, “Figueira a Primeira”, consegue uma clara maioria e deverá recolher 41 a 46 por cento dos votos e quatro a cinco lugares na vereação.

A confirmarem-se as projeções para a Figueira da Foz, os maiores prejudicados com estes resultados são o social-democrata Pedro Machado, que deverá conseguir apenas oito a 11 por cento da votação e cuja candidatura “Figueira do futuro” perde dois dos três cargos de vereação ganhos pelo PSD há quatro anos, e o PS, que perde a Câmara e cujo candidato, Carlos Monteiro com “Figueira, mais qualidade de vida”, fica em segundo lugar com 33 a 37 por cento dos votos conseguindo três ou quatro vereadores.

Bernardo Reis, da CDU, deverá conseguir dois a quatro por cento dos votos e o quarto lugar na Figueira da Foz, o candidato do Bloco de Esquerda, Rui Curado da Silva, um a três por cento dos votos e Miguel Mattos Chaves, do CDS-PP, um a dois por cento.
Nenhum destes três candidatos consegue qualquer mandato.

Ficha técnica: Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 26 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Autárquicas no município. Foram selecionadas seis freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 2695 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 86%.
Amadora volta a dar maioria ao PS
A projeção da Universidade Católica para a RTP indica que a Amadora vai repetir o cenário das últimas autárquicas, com o PS a conseguir maioria absoluta com 42 a 46 por cento dos votos.

Em segundo lugar nas intenções de voto está a coligação “Dar Voz à Amadora”, com 23 a 27 por cento – uma subida em relação aos 18,1 por cento de votos arrecadados pelo PSD/CDS em 2017.

Se estes resultados se verificarem, o PS conquista entre seis a oito mandatos. O partido “Dar voz à Amadora”, que junta o PSD, CDS, Aliança, MPT e PDR, com a candidata Suzana Garcia, consegue entre três a quatro mandatos. Nas eleições de 2017, o PSD/CDS tinha conseguido apenas dois lugares na vereação.

Ilda Figueiredo, da CDU, é a terceira candidata mais votada, com oito a 11 por cento dos votos. A CDU deverá manter, assim, o número de mandatos (um).

Seguem-se o Bloco de Esquerda (cinco a sete por cento), o Chega (cinco a sete por cento), o PAN (dois a cinco por cento) e o Iniciativa Liberal (um a três por cento). O PPM/RIR, de Henrique Tiago, e o MAS, de Gil Garcia, deverão conseguir apenas um por cento dos votos.

Os votos brancos nulos na Amadora irão somar de dois a quatro por cento.

Ficha técnica: Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 26 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Autárquicas no município. Foram selecionadas duas freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 1766 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 71%.


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