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Impacto ambiental da agropecuária tem de ser contido - ONU

por © 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Rio de Janeiro, 21 set (Lusa) -- Os países da América Latina, em especial o Brasil, têm como grande desafio tentar mitigar o impacto da expansão da agropecuária na desflorestação, afirma o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado terça-feira.

"O aumento do peso do setor primário nas exportações regionais implica um aumento de consumos destinados à produção, como recursos naturais, terra, energia, água e agroquímicos, uma maior carga de contaminação e uma maior pressão sobre os ecossistemas e a biodiversidade", alerta a organização.

A análise, que se baseia em informação relativa aos anos de 2009 e 2010, visa medir a eficiência na utilização dos recursos naturais e sugerir políticas e medidas voltadas para um seu uso mais eficiente.

A ideia é acompanhar o desenvolvimento socioeconómico por medidas de proteção ambiental e sustentabilidade.

De acordo com o estudo, pode-se verificar um aumento do potencial de contaminação do setor primário, dado que está a ter um crescimento favorecido pelo alto preço dos seus produtos.

A agropecuária é um dos segmentos mais consumidores de água. Na América Latina é responsabilizada por grande parte da desflorestação e emissão de gases poluentes na atmosfera, devido à falta de políticas ambientais corretas.

Para o PNUMA, os países da região estão perante o desafio de reduzir os efeitos negativos desta expansão com mudanças na utilização do solo, redução da desflorestação e melhor gestão dos recursos hídricos.

Acresce que o crescimento de setores da indústria com maior potencial de contaminação também motiva alertas.

"O grosso das exportações regionais está concentrado em um número relativamente pequeno de produtos que têm potencial de emissões poluentes relativamente elevado", destaca o documento, que menciona os setores de bens intermédios como químicos, pasta e papel, madeira e produtos associados à indústria metalúrgica.

A situação do Brasil foi considerada a mais alarmante, por se verificar no país um avanço significativo nas produções associadas a exportações cujo potencial de emissões poluentes seria mais intenso.

"O Brasil possui uma estrutura exportadora mais diversificada, mas dez produtos apenas representam 60 por cento da poluição total, e representam mais de 15 por cento das exportações", destaca o PNUMA.

O relatório lembra que os consumidores dos países desenvolvidos estão cada vez mais conscientes da componente ecológica dos bens que adquirem, o que pode levar a uma perda de competitividade dos produtos latino-americanos, na medida em que essa consciencialização poderá evoluir para barreiras à entrada de mercadorias com impacto ambiental.

O relatório foi realizado entre 2009 e 2010 pelo PNUMA e pela Rede Mercosul de Pesquisas Económicas, em colaboração com as universidades Autónoma Metropolitana, do México, e de Concepción, no Chile.

 

 

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