Uma semana após ter aparecido um manto de espuma sobre as águas do Tejo, na região de Abrantes, o ministro do Ambiente vem admitir que o maior curso fluvial da Península Ibérica possa ter sido afetado por eventuais descargas poluentes. Mas Matos Fernandes salientou que “o problema é de saturação”.
Matos Fernandes esteve na assinatura de um protocolo entre o Fundo Ambiental e as comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional para a realização de agendas regionais no quaro do Plano de Ação para a Economia Circular.
“Não se exclui a possibilidade de ter havido ou não algumas descargas suplementares em cima deste problema de saturação”, acrescentou, todavia, João Matos Fernandes.
De acordo com o governante, na próxima segunda-feira vão ser tornadas públicas “as análises que foram feitas, durante 24 horas, nas maiores estações de tratamento de águas residuais das indústrias do papel”. O que deverá permitir “saber se houve alguma descarga”.
Por agora, continuou o titular da pasta do Ambiente, “a única novidade é que a qualidade da água do Tejo é melhor”.
Na passada sexta-feira o ministro anunciara um conjunto de medidas para responder à poluição no Tejo, a começar pela remoção da espuma, além da remoção de sedimentos contaminados das albufeiras e de uma redução de atividade da Celtejo, empresa de pasta de papel.
Esta quarta-feira “mergulhadores começam a recolher algumas amostras do fundo das albufeiras”, ainda segundo o ministro do Ambiente, que explicou que “os dragados têm de ser previamente analisados”.
Espera-se igualmente a divulgação, nas próximas horas, dos resultados das análises à água e espuma recolhidas no local em causa por parte da Agência Portuguesa do Ambiente.
“Próximo da anoxia”
João Matos Fernandes destacou que, há uma semana, o Rio Tejo encontrava-se “muito próximo da anoxia”, apresentando somente 1,1 miligramas de oxigénio por litro de água na albufeira do Fratel.
O ministro sublinhou que, na porção portuguesa do Tejo, “já não existe nenhum ponto que não tenha praticamente cinco miligramas de oxigénio por litro”.
O governante quis, por último, enfatizar, referindo-se a Espanha, que a degradação da qualidade da água do Tejo internacional “não é só um problema causado em Portugal”.
c/ Lusa