Cientistas afirmam que o nível do mar está a subir mais depressa do que previsto, devido ao degelo dos glaciares na Antártida e Gronelândia. O anterior estudo, que previu que o mar subiria menos de um metro até ao ano de 2100 está agora a ser posto em causa, e cientistas acreditam que esse valor poderá duplicar.
Contudo, um novo estudo, mais abrangente, prevê que o nível do mar poderá subir mais de dois metros, se as emissões continuarem na sua trajetória, e se as temperaturas subirem até 5 graus Celsius. Este caso, no entanto, é extremo, e a probabilidade de as temperaturas subirem 5 graus é de 5 por cento.
Os cientistas alertam, porém, para o facto de que 5 por cento é ainda uma percentagem considerável e que corresponde a um elevado risco.
Os glaciares da Antártida e da Gronelândia também estão a derreter mais depressa do que previsto, uma vez que as temperaturas têm aumentado.
As alterações climáticas provocadas pela ação do Homem, como a utilização exagerada de combustíveis fósseis, que libertam gases de estufa para a atmosfera, provocam a subida de temperaturas, e a subida do nível do mar não pode ser explicada por causas naturais.
Países em risco elevado de desaparecimento
A subida do nível do mar poderá levar a inúmeras consequências, e diferentes países serão afetados de diferente forma.
Primeiramente, as ilhas serão as primeiras a sofrer os efeitos desta subida. É o caso das Maldivas, das Seychelles e do Tuvalu, entre outros países, que estão em risco de afundar. Por outro lado, a crise climática tem contribuído para a salinização dos solos, e, consequentemente, para a inutilização do solo para plantação, e a contaminação dos peixes, que levará ao aparecimento de novas doenças.
Mas não serão apenas as ilhas a serem afetadas. Na Europa, a Bélgica, os Países Baixos, Portugal e Itália estão também em risco, devido à sua posição costeira. Nos Estados Unidos, cidades como Nova Iorque e Miami já estão também em alerta.
Os primeiros refugiados climáticos
Esta situação poderá levar ao deslocamento forçado de milhões de pessoas, visto que não poderão permanecer nos seus países.
Após a crise de refugiados que emergiu em 2015, a Europa teve consideráveis dificuldades em dar resposta aos milhares de pedidos de asilo que surgiram, e tal situação contribuiu para a emergência da extrema-direita na Europa, que alterou radicalmente o espetro político europeu.
“Para colocar isto em perspetiva, a crise de refugiados sírios resultou em cerca de um milhão de refugiados a caminho da Europa. Isso é cerca de 200 vezes inferior ao número de pessoas que seriam forçadas a deslocar-se no caso de uma subida do nível do mar de dois metros”, afirma o professor Jonathan Bamber.
Uma vez que o número de refugiados climáticos seria muito superior, levantam-se questões sobre a capacidade, em particular da Europa, de responder a este novo fluxo migratório.
Sobre esta situação já se pronunciou Greta Thunberg, a ativista sueca que tem chamado a atenção para a crise climática e a necessidade urgente de alterar os comportamentos que têm contribuído para a emergência de fortes alterações climáticas.
Sobre esta situação já se pronunciou Greta Thunberg, a ativista sueca que tem chamado a atenção para a crise climática e a necessidade urgente de alterar os comportamentos que têm contribuído para a emergência de fortes alterações climáticas.
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