A agência governamental australiana que gere a Grande Barreira de Coral baixou a classificação do estado dos corais de "mau" para "muito mau", devido ao aquecimento global.
O relatório da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, que é atualizado a cada cinco anos, é a mais recente má notícia para os mais de 345 mil quilómetros quadrados de recife que se estendem ao longo da costa nordeste da Austrália, à medida que se agrava o impacto das alterações climáticas e do branqueamento de corais, provocado pelo aumento da temperatura da água.
O documento, divulgado hoje, revela que a maior ameaça ao recife continua a ser a mudança climática. As outras ameaças estão associadas ao desenvolvimento costeiro, escoamento de águas de terrenos agrícolas e atividades humanas como a pesca ilegal.
"Ações globais significativas para lidar com as alterações climáticas são cruciais para retardar a deterioração do ecossistema", lê-se no relatório.
"Tais ações completarão e aumentarão muito a eficácia das iniciativas de gestão local nos recifes e na bacia hidrográfica", frisam os relatores.
Este é o terceiro relatório da agência e a deterioração continua desde o primeiro, em 2009.
A deterioração dos recifes reflete-se essencialmente na expansão da área de corais mortos ou danificados pelo branqueamento.
O documento aponta também que as ameaças -- que incluem a estrela do mar Coroa de Espinhos (Acanthaster planci) espécie predadora dos pólipos dos corais -- são "múltiplos, cumulativos e crescentes".
"A acumulação de impactos, através do tempo e numa área crescente, está a afetar a capacidade de recuperação, com implicações nas comunidades e indústrias dependentes dos corais", afirmou o presidente da autoridade, Ian Poiner.