Um relatório do IPCC alerta para a necessidade de introduzir mudanças de comportamento no prazo de 12 anos, se a humanidade quiser travar a subida do aquecimento global. O estudo propõe limitar o aumento global das temperaturas a 1,5 graus Celsius.
O IPCC define como objetivo principal o limite do valor do aquecimento global a 1,5 graus Celsius, em vez de dois graus, sendo que a previsão do Painel é que este valor seja atingido entre 2030 e 2052.
O estudo pedido pela ONU, na sequência do Acordo de Paris de 2015, analisou as mudanças fundamentais para obter um valor abaixo de dois graus. Estas consistem na redução do valor das emissões globais de CO2 em cerca de 45 por cento até 2030 e no alcance, até 2050, de emissões net zero, ou seja, a neutralidade carbónica.
Um valor acima de 1,5ºC trará diversos impactos e riscos, de acordo com o documento. O IPCC aponta para aumentos nas temperaturas, com extremos quentes em algumas regiões, e a probabilidade de regiões do planeta enfrentarem condições de precipitação intensa ou seca e falta de precipitação.
Priyardarshi Shukla, co-presidente do grupo de trabalho III do IPCC, comentou que “limitar o aquecimento global a 1,5ºC, quando comparado com os 2ºC, irá reduzir os impactos desafiantes nos ecossistemas, saúde humana e bem-estar, facilitando o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas”.
O IPCC compara ainda no relatório as previsões entre os 2ºC e 1,5ºC, ao indicar que limitar o aumento da temperatura global poderá reduzir impactos nos recifes de corais e na subida do nível do mar.
No comunicado aos meios de comunicação social, Panmao Zhai, co-presidente do grupo de trabalho I do IPCC, afirma que “uma das principais mensagens que sai deste relatório é que já estamos a ver consequências do aquecimento global a 1,0ºC através de temperaturas extremas, subida nos níveis do mar e diminuição do gelo no oceano ártico, entre outras mudanças”.
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