O Marítimo terminou a I Liga portuguesa de futebol 2016/2017 da melhor forma, ao garantir a nona qualificação para as competições europeias, cinco anos depois, fruto da recuperação notável do treinador Daniel Ramos.
Apesar do presidente Carlos Pereira olhar para a Liga Europa como um objetivo e até como uma "obrigação" no primeiro dia de trabalhos, o arranque não correu de acordo com as expectativas, sob a liderança de Paulo César Gusmão.
Logo após a quinta jornada, em setembro, o treinador brasileiro acabou por ser a primeira 'vítima' da longa série de 'chicotadas psicológicas' vividas ao longo da época, deixando o Marítimo na penúltima posição, com apenas três pontos e já com quatro derrotas em cinco partidas.
Carlos Pereira convenceu Daniel Ramos a deixar o Santa Clara, que liderava a II Liga, e deu ao técnico, natural de Vila do Conde, aos 45 anos, a primeira oportunidade para treinar um clube no principal escalão do futebol português.
Os resultados começaram a surgir de imediato e, em março, história foi feita, quando a equipa chegou aos 10 jogos seguidos sem perder, a melhor série de sempre na competição.
O remodelado Estádio do Marítimo, nos Barreiros, foi a base do sucesso, pois os 'verde rubros' não conheceram o sabor da derrota desde a entrada de Daniel Ramos, somando 10 vitórias e cinco empates, tendo sido inclusive a primeira equipa a derrotar o Benfica, além de 'empatar' FC Porto e Sporting.
As bolas paradas acabaram por ser o ponto forte, como mostram os números, com o central Raúl Silva a ser o melhor marcador dos insulares, ao apontar sete golos, aos quais se juntam outros três do colega no eixo defensivo Maurício.
O setor recuado brilhou também por ser a terceira defesa menos batida do campeonato, com 32 golos sofridos, ficando apenas atrás de Benfica e FC Porto, muito por culpa dos guarda-redes Gottardi e Charles.
No entanto, não foram apenas os defesas a destacarem-se no Marítimo. Os médios Erdem Sen e Fransérgio foram dois dos jogadores mais regulares.
Em sentido inverso, Jean Cléber acabou por desiludir, depois de uma pré-época promissora, tendo sido raramente utilizado, além de Brito e Xavier, que jogaram frequentemente, mas não estiveram ao nível esperado.