Marítimo regressa à Europa, liderado por Daniel Ramos

por Lusa
Alexandre Ribeiro - Lusa

O Marítimo terminou a I Liga portuguesa de futebol 2016/2017 da melhor forma, ao garantir a nona qualificação para as competições europeias, cinco anos depois, fruto da recuperação notável do treinador Daniel Ramos.

A formação madeirense ficou na sexta posição, que ocupou desde a 19.ª jornada, com 50 pontos, os mesmos com que havia concluído em 2011/2012, na última vez em que havia garantido o acesso à Europa, graças ao quinto lugar do conjunto então treinado por Pedro Martins.

Apesar do presidente Carlos Pereira olhar para a Liga Europa como um objetivo e até como uma "obrigação" no primeiro dia de trabalhos, o arranque não correu de acordo com as expectativas, sob a liderança de Paulo César Gusmão.

Logo após a quinta jornada, em setembro, o treinador brasileiro acabou por ser a primeira 'vítima' da longa série de 'chicotadas psicológicas' vividas ao longo da época, deixando o Marítimo na penúltima posição, com apenas três pontos e já com quatro derrotas em cinco partidas.

Carlos Pereira convenceu Daniel Ramos a deixar o Santa Clara, que liderava a II Liga, e deu ao técnico, natural de Vila do Conde, aos 45 anos, a primeira oportunidade para treinar um clube no principal escalão do futebol português.

Os resultados começaram a surgir de imediato e, em março, história foi feita, quando a equipa chegou aos 10 jogos seguidos sem perder, a melhor série de sempre na competição.

O remodelado Estádio do Marítimo, nos Barreiros, foi a base do sucesso, pois os 'verde rubros' não conheceram o sabor da derrota desde a entrada de Daniel Ramos, somando 10 vitórias e cinco empates, tendo sido inclusive a primeira equipa a derrotar o Benfica, além de 'empatar' FC Porto e Sporting.

As bolas paradas acabaram por ser o ponto forte, como mostram os números, com o central Raúl Silva a ser o melhor marcador dos insulares, ao apontar sete golos, aos quais se juntam outros três do colega no eixo defensivo Maurício.

O setor recuado brilhou também por ser a terceira defesa menos batida do campeonato, com 32 golos sofridos, ficando apenas atrás de Benfica e FC Porto, muito por culpa dos guarda-redes Gottardi e Charles.

No entanto, não foram apenas os defesas a destacarem-se no Marítimo. Os médios Erdem Sen e Fransérgio foram dois dos jogadores mais regulares.

Em sentido inverso, Jean Cléber acabou por desiludir, depois de uma pré-época promissora, tendo sido raramente utilizado, além de Brito e Xavier, que jogaram frequentemente, mas não estiveram ao nível esperado.
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