Recrutas Fotografia de Joshua Benoliel cedida pelo Arquivo Histórico Militar

Mobilização para a Guerra

Apresados os navios alemães nos portos portugueses, a Alemanha declara guerra a Portugal. O país unifica-se e mobiliza-se – são recrutados todos os portugueses entre os 20 e os 45 anos, sem exceção –, a prolífica imprensa da altura ora cria discursos inflamados, ora caricaturas a partir da atualidade.


Antes de entrar em ação o lápis azul da censura, a imprensa utiliza o humor para críticas mordazes com brejeirices à mistura – são as manobras possíveis na altura.

Jornal O Zé cedido pela Hemeroteca Municipal de Lisboa

A 24 de maio de 1916, Norton de Matos, ministro da Guerra, ordena o recenseamento militar a todos os cidadãos com idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos; 80% daqueles que viriam a constituir o Corpo Expedicionário eram soldados.




Fotografia de Joshua Benoliel cedida pelo Arquivo Histórico Militar

Num Portugal em que quase três quartos da população era ainda analfabeta e 60% dos habitantes retiravam sustento do sector agrícola, sendo a maioria pequenos camponeses e rendeiros, inflama-se o discurso patriótico, enaltece-se a raça viril e civilizadora e glorifica-se a raça latina, a Pátria ditosa.


Jornal O Mundo cedido pela Biblioteca Nacional de Portugal


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Jornal Miau cedido pela Hemeroteca Nacional de Lisboa

Apela-se à união e ao esforço nacional contra o Imperialismo alemão, contra o bárbaro, o Papão.


 Postal cedido por Professor António Ventura

E o postal, tal instagram ou correio eletrónico da época, torna-se veículo de propaganda patriótica. Colorido com fio de seda ou ilustrado, o pequeno formato torna-se pop, espalha ideias e imagens, propaga-se, multiplica o discurso, cresce – durante a Grande Guerra circulam mais de 70 milhões de exemplares por ano. Exaltam-se os países aliados, as velhas alianças. Erguem-se e desfraldam-se bandeiras.