O líder parlamentar do PS considerou que é tempo de "ultrapassar o agastamento e a invocação das atribulações passadas" e pede "abertura" e "responsabilidade" ao PSD e CDS-PP. "Para o PS e para o Governo é o futuro que interessa".
Já antes, o líder parlamentar socialista tinha dito que "O PS e, evidentemente, o Governo, não entendem a oposição como um inimigo, porque não têm inimigos entre os portugueses".
Apesar de ter registado ao longo do debate do programa de Governo "sinais negativos da coligação minoritária, mostrando uma oposição sempre mais interessada no afrontamento pessoal e na desconsideração institucional de um Governo que só o é - e só o poderia ser -, por vontade das instituições democráticas", Carlos César referiu que o PS procurará incessantemente o consenso.
"Nem o Governo nem o PS estarão acantonados na legitimidade alcançada ou irredutíveis nas suas razões. Sabemos que a democracia não se confina aos atos eleitorais, nem os partidos totalizam os âmbitos necessários de participação", argumentou.
Ao longo do discurso, Carlos César procurou argumentar pela legitimidade política do Governo PS, colocando a tónica na palavra que cabe à Assembleia da República.
"E a palavra deste parlamento, que é resultado da vontade dos portugueses, é a que aqui se tem manifestado de uma forma inequívoca - a de confiança da maioria dos representantes do povo na nova solução governativa", advogou.
O Governo, segundo Carlos César, dispõe no parlamento de um suporte "maioritário, correspondente a uma maioria de votos expressos nas últimas eleições".
Referindo-se à moção de rejeição, o socialista referiu que "destruir pode ser um ato irrefletido, mas construir, como no nosso caso, é uma premeditação de tempos melhores ainda que envolvida num primeiro tempo de transformação e de aprendizagem. Foi esse o maior significado dos acordos pioneiros firmados entre o PS, o Bloco de Esquerda, o PCP e "os Verdes", bem como do diálogo que tem sido exercitado com a representação do PAN (Partidos Animais e Natureza)".