O líder do CDS-PP na última década e meia fez saber na última noite aos companheiros de partido que não irá recandidatar-se à presidência dos democratas-cristãos. Chegou o momento, segundo Paulo Portas, da renovação no Largo do Caldas.
Portas chegou à liderança do CDS em 1998, saiu em 2005 e regressou em 2007.Portas disse-se confiante numa renovação geracional no partido, prometeu ser isento no momento da escolha do sucessor e afiançou que sairia da liderança mesmo se a coligação tivesse permanecido no poder.
"Quero que saibam que se as eleições de 4 de outubro tivessem resultado num novo mandato de Governo da coligação, antes do final eu teria - e sobre isso conversei com o presidente do PSD -, com tempo e naturalmente, aberto a sucessão no meu partido", afirmou.
A próxima reunião do Conselho Nacional está marcada para 7 de janeiro próximo.
Nessa altura deverá estar já a preparar-se a sucessão de Paulo Portas, líder natural dos populares ao longo de 16 anos, apesar de este ser um período com interregno.
O Conselho Nacional servirá então para marcar a reunião magna centrista, que será eletiva da liderança do partido em 2016.
De consciência tranquila
Esta noite, perante os correligionários, o ex-vice-primeiro ministro terá feito questão de sublinhar que sai de consciência tranquila, de acordo com o semanário Expresso.
Garantindo que a decisão é um ponto final e "não um intervalo" na sua trajetória, Paulo Portas considerou que "ao fim de quase 16 anos não me podem pedir mais".
No entanto, não seria a primeira vez que o principal aliado de Passos Coelho na governação dos últimos quatro anos faria uma inversão de marcha completa nas suas decisões.
Nova liderança nos próximos meses
Paulo Portas é o líder partidário há mais tempo em funções, uma liderança que começou em 1998 no Congresso do CDS de Braga. Desde então, só esteve dois anos fora da direção centrista, entre 2005 e 2007, quando a presidência foi preenchida por José Ribeiro e Castro.
Ana Barros, Pedro Ribeiro, Virgílio Matos - RTP
No dia 17 de dezembro, durante o jantar de Natal da concelhia de Lisboa, o líder centrista emocionou-se ao ouvir um apelo público de Telmo Correia para que se mantivesse na liderança do partido.
"Meu caro Paulo, nunca, como hoje, o partido precisou tanto de ti. Nunca, como hoje, a tua sabedoria, a tua capacidade e a tua argúcia política serão tão importantes num ciclo ele próprio tão estranho, tão exótico e tão fora do comum. É evidente que esse é o desafio e o repto que ficam. O repto que fica e o voto que ficam é que, como família política, estejamos unidos no ano de 2016", afirmou Telmo Correia.
c/ Lusa