Foto: Mário Cruz - Lusa
Com o país a entrar em agosto, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas apresentaram o programa eleitoral com que se apresentam às eleições legislativas de 4 de outubro. Armados com o slogan "Agora, Portugal pode mais", o atual primeiro-ministro e o seu vice pedem confiança aos portugueses. Para já, fica a promessa de que os próximos quatro anos serão melhores e a já tradicional crítica à herança socialista.
PSD e CDS-PP reúnem esta quinta-feira os respetivos conselhos nacionais. Os trabalhos servem para aprovar as listas de candidatos à Assembleia da República.
O primeiro-ministro prometeu que Portugal estará melhor nos próximos quatro anos, deixando a garantia de que o programa da coligação "não abre nenhum buraco em lado nenhum. É realizável". O presidente dos social-democratas relacionou mesmo uma vitória da coligação com a descida da dívida pública portuguesa.
"As empresas de rating estão à espera do resultado das eleições para saber se o que se passou nestes anos foi assim porque não tínhamos alternativa, ou se nós sabemos mesmo o que queremos fazer para futuro".
"Tenho a certeza de que, se essa resposta for inequívoca do lado dos portugueses, nós conseguiremos no plano interno e externo garantir um prémio", afirmou o primeiro-ministro. Sem pedir diretamente uma maioria, mas sempre a dramatizar os efeitos de não haver um vencedor claro nas legislativas.
No discurso dos responsáveis dos dois partidos, as farpas à herança socialista foram constantes. Pedro Passos Coelho criticou o que disse ser "mais do mesmo do que já conhecemos do passado", apontando que "nem o cuidado tiveram de mudar as caras mais responsáveis pelas políticas".
PS "nunca pediu desculpa"
"Esse partido nunca pediu desculpa aos portugueses. Esse partido nunca agradeceu aos portugueses terem superado crise que o PS criou e deixou", colocou de forma direta Paulo Portas, o parceiro de coligação.
Entre as medidas apresentadas, a coligação PSD/ CDS-PP volta a colocar na agenda o plafonamento dos descontos, criando um limite a partir do qual os trabalhadores podem escolher entre contribuir para o sistema público de segurança social ou colocar a sua contribuição em sistemas privados.
Os dois partidos propõem também um desconto na contribuição para a Segurança Social para as empresas que contratem desempregados jovens e de longa duração.
A coligação Portugal à Frente quer ainda aumentar o coeficiente fiscal, beneficiando em sede de IRS as famílias com mais filhos e promete eliminar gradualmente a sobretaxa de IRS e os cortes nos salários dos funcionários públicos, embora a um ritmo mais lento do que prometido pelos socialistas.