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Maria Luís Albuquerque queixa-se de aproveitamento político

por Ana Gil

Foto: Reuters/Rafael Marchante

A deputada do PSD e ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque confirma a sua contratação pela Arrow Global para administradora não executiva, defendendo não ter "nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal" com atuais ou anteriores funções políticas.

"A função de administradora não executiva não tem nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal pelo facto de ter sido ministra de Estado e das Finanças e de ser deputada. Qualquer outra leitura que possa ser feita desta nomeação só pode ser entendida como mero aproveitamento político-partidário", afirmou Maria Luís Albuquerque, em comunicado.

A ex-ministra das Finanças foi nomeada para diretora não executiva do grupo Arrow Global, o qual tem em Portugal clientes como o Banif, o Millennium BCP ou o Montepio, com efeitos a 7 de março e que a agora deputada vai integrar o comité de risco e auditoria.

O PCP anunciou ao princípio da tarde que vai levar a matéria à subcomissão parlamentar de Ética, medida também já defendida pelo Partido Socialista. O líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou que a contratação, pela Arrow Global, da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque "não é uma situação que possa ser displicentemente tratada. Terão de existir explicações sobre essa matéria", reclamou.

O Bloco de Esquerda defende que a ex-governante deve ser investigada, porque "Maria Luís Albuquerque foi trabalhar para a empresa que lucrou com o que fez no Banif, ao arrastar a situação", que tem neste momento "a faca e o queijo na mão para continuar a lucrar com a forma como forem geridos os ativos que ainda estão no Estado", acusa a porta-voz do Bloco, Catarina Martins.
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