A decisão estava tomada e a formalização agendada. Agora, já está. Marcelo Rebelo de Sousa anunciou esta sexta-feira que é candidato à Presidência da República. O candidato anunciado diz querer cumprir o "dever moral de pagar a Portugal o que Portugal me deu" e advertiu já para a importância da estabilidade governativa.
Marcelo garante ter “a maior consideração” pelas candidaturas já anunciadas e que, pelo tabuleiro existente, tinha duas alternativas. Ou “faltava à chamada”, o que “menos punha em causa o que faço com entusiasmo”, ou “escolhia a solução que rompia com posições estáveis, sedutoras nesta fase da vida”.
Tomada a decisão, Marcelo convida os portugueses a juntarem-se a “uma caminhada de cinco anos”, feita “por Portugal, com independência, sentido nacional, espírito de convergência e afeto”. “Serei candidato à Presidência da República de Portugal. Pelas portuguesas e pelos portugueses. Os de ontem, os de hoje e de amanhã. Pelo Portugal de sempre”
Marcelo Rebelo de Sousa justifica a candidatura com a necessidade de pagar a dívida que diz ter para com o país, pela educação, saúde e pelas oportunidades que, afirma, Portugal lhe deu.
“É tempo de pagar esta dívida moral. De outro modo, sentiria até ao final dos meus dias o remorso por ter falhado por omissão. As portuguesas e os portugueses não podem dizer que fugi à prova do voto”, garantiu Marcelo.
“Serei candidato à Presidência da República de Portugal. Pelas portuguesas e pelos portugueses. Os de ontem, os de hoje e de amanhã. Pelo Portugal de sempre”, afirmou Marcelo, precisamente na biblioteca de Celorico de Basto que leva o seu próprio nome.
"Estabilidade e governabilidade"
No discurso de anúncio da candidatura, o professor não esqueceu a conturbada situação política que o país atravessa atualmente.
Marcelo Rebelo de Sousa relembrou que permitiu, através da viabilização de três Orçamentos do Estado quando era líder da oposição, a vigência de um Governo minoritário por quatro anos.
“Considero essencial que haja, como nas democracias mais avançadas, convergências alargadas sobre aspetos fundamentais de regime”, tendo ainda defendido que “não há desenvolvimento, nem justiça ou mais igualdade” como governos curtos e “ingovernabilidade crónica”.
“A estabilidade e a governabilidade têm de estar ao serviço do fim maior”, que Marcelo considera ser “o combate à pobreza, a luta contra as desigualdades e a afirmação da justiça social”.
Marcelo garantiu ainda estar consciente de como “o estado do mundo e da Europa não deixam antever anos fáceis” e “como Portugal tem de sair claramente de um clima de crise financeira, económica e social" que classifica de "pesado" e "injusto”.“Considero essencial que haja, como nas democracias mais avançadas, convergências alargadas sobre aspetos fundamentais de regime”
O professor de Direito assegurou que pautou a sua vida por "independência" e "liberdade crítica", motivo que o levou a recusar vários cargos empresariais.
“Os portugueses e as portuguesas sabem ou podem saber onde estive antes, durante e depois de 1974”, garantiu.
Ao apresentar-se aos portugueses como candidato a Belém, o professor definiu-se como católico, defensor da lusofonia e de uma “Europa das pessoas e da solidariedade”.
Afirma-se conhecedor da Constituição e do papel que esta atribuiu ao Presidente da República. O cargo ao qual é, agora oficialmente, candidato.