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Governo foi escolhido "nas costas do povo", diz Passos Coelho

por RTP

O ex-primeiro-ministro voltou ao Parlamento na pele de deputado para encerrar o debate. Passos Coelho salientou que a marca genética do novo Governo de Costa é o seu pecado original e que o Governo socialista não tem legitimidade política.

"Este Governo, assim como o seu Chefe, não foram escolhidos pelo povo, foram escolhidos pelos deputados em nome do povo mas nas costas do povo".

"Só isso acarreta um imperativo moral de apresentar uma moção de rejeição do respetivo programa".

Passos lembrou também que "foi o PS que quis aliar-se aos radicalismos de extrema-esquerda, preterindo uma maioria maior, de base pro-europeia e pro-atlântica".

Para o ex-primeiro-ministro, António Costa aproximou-se à esquerda em várias matérias, quando decidiram "reverter reformas estruturais, incluindo por exemplo reverter privatizações e concessões ou impor à generalidade das empresas resultados de negociação coletiva independentemente do critério da representatividade".

E acrescenta "também na reversão da %u201Cpolítica de exigência educativa%u201D, quando decidiram remover %u201Celementos de avaliação individual e sistémica%u201D que põem em causa a %u201Cqualidade do processo educativo, o reforço das qualificações dos jovens e a exigência da escola pública".

Passos Coelho adiantou ainda que o Partido Socialista "conduziu uma negociação de deriva radical e, em consequência, lidera esta maioria que sustenta o novo Governo. Nesta conjuntura, este novo PS decidiu afastar-se do seu património político histórico e sente-se hoje próximo, no essencial, das ideias que mais combateu no passado".

Pedro Passos Coelho garantiu que "não contarão também connosco para sustentar qualquer fachada de cinismo e de propaganda. Quem perdeu as eleições e recusou apoio a quem ganhou não tem autoridade política para destes reclamar apoio no futuro".

O ex-primeiro-ministro insistiu que vai avaliar sempre "em cada momento o que consideramos mais importante para Portugal, independentemente, da vontade do Governo. No dia em que o nosso apoio possa ser decisivo para alcançar algum resultado essencial que, a maioria que suporta o Governo, não for capaz de garantir, apenas esperamos que tenham a dignidade e disso tirarem a consequência natural e devolverem a palavra ao povo, para que seja dessa feita, ele mesmo a escolher o futuro Governo de Portugal", concluiu Passos Coelho.

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