Dezenas de lesados pelo papel comercial do Banco Espírito Santo optaram esta segunda-feira pela Língua Francesa para reivindicar, em Guimarães, a devolução do dinheiro investido no grupo colapsado. “Vive la France”, ouviu-se no Largo do Toural, por onde passou também a bandeira tricolor. O Movimento dos Emigrantes Lesados demarcou-se, todavia, desta ação.
“São uns ladrões” e “é uma vergonha” foram gritos escutados no Largo do Toural. Mas também “vive la France”.
Ouvida pela reportagem da agência Lusa no local, Carminda Lima, de 56 anos, emigrada desde cedo em França, explicou estar em Guimarães para denunciar a perda de “uma vida de economias”.
“Os meus pais habituaram-nos a fazer economias e era aqui em Portugal que as deixávamos. O que o banco nos disse é que era um produto garantido”, afirmou. Para acrescentar: “Portugal era o nosso país, mas hoje já não é, por isso trago a bandeira francesa”.
A antecipar a manifestação desta segunda-feira, organizada na esteira de outras que têm percorrido diferentes cidades do país, o Novo Banco, sucessor do BES expurgado de ativos tóxicos, manteve fechada a sua dependência no Largo do Toural, guardada por agentes da polícia.
“Nada foi proibido”
Também ouvido pela Lusa, o dirigente do Movimento dos Emigrantes Lesados Luís Marques quis, no entanto, demarcar-se desta ação de protesto em Guimarães, sublinhando que “qualquer ajuntamento não é da autoria” da organização.
Continuam na corrida à compra do Novo Banco os grupos chineses Fosun e Anbang e a norte-americana Apollo.
Isto porque o Movimento dos Emigrantes Lesados não teria recebido quaisquer autorizações por parte da autarquia local.
Fonte da Câmara Municipal de Guimarães garantiu à mesma agência noticiosa que “nada foi proibido”: “Recebemos um email da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial na sexta-feira, às 15h31, que encaminhámos para a Polícia Municipal e para a PSP. Cumpriram-se as 48 horas necessárias”.
O Banco de Portugal revelou há duas semanas ter acolhido uma das três propostas finais revista para a aquisição do Novo Banco. Porém, segundo o supervisor, “as propostas vinculativas recebidas no dia 30 de junho continuam integralmente válidas, tenso sido entretanto objeto de clarificações no âmbito das discussões havidas com cada um dos três potenciais compradores”.
c/ Lusa
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