O programa Eco-Escolas completa 20 anos em 2016, duas décadas em que ajudou a mudar o comportamento de muitos alunos nacionais, mas a coordenadora Margarida Gomes assume que "ainda há muito a fazer" na educação ambiental em Portugal.
"Vinte anos de Eco-Escolas valeu a pena, mas ainda há muito a fazer nos próximos 20 anos", afirmou hoje à agência Lusa, Margarida Gomes, que coordena o projeto desde o ano de 2000.
Em duas décadas, o programa trabalhou com mais de 15 mil escolas e chegou a 75 por cento dos concelhos de Portugal.
"Empiricamente temos a noção e a certeza de que o efeito é consistente. Os próprios alunos vêm com hábitos do jardim de infância e são eles que mudam as próprias escolas para onde vão. Mas há uns hábitos mais fáceis de mudar que outros", explicou Margarida Gomes, à margem do Seminário Nacional Eco-Escolas, que decorre em Leiria entre hoje e 24 de janeiro.
Apesar da monitorização e avaliação anual, ainda "não é fácil analisar a mudança de comportamentos de forma consistente".
"Conseguir fazer isso é a nossa ambição para os próximos 20 anos, porque facilmente medimos conhecimentos, mas mudanças de atitude não é fácil", acrescenta.
A responsável nota que as Eco-Escolas "têm feito muito a nível da educação, não só dos alunos, mas também dos funcionários, dos pais, da comunidade educativa e dos municípios".
Margarida Gomes reconhece que atualmente são os próprios municípios que "incentivam as suas escolas a ser Eco-Escola, porque percebem a mais valia", não só ambiental, mas também a nível da redução custos.
"As autarquias sabem que as Eco-Escolas têm efeitos no futuro e imediatos. Sabem, por exemplo, que vão gastar menos em resíduos em aterro. E podem gastar menos em água".
O programa tem "efeitos também a nível económico" porque "ser sustentável é também ser económico".
Em 20 anos, foram atribuídas 10.623 bandeiras Eco-Escolas a estabelecimentos de ensino em Portugal. Atualmente o programa estende-se a mais de 1.400 escolas de 227 municípios nacionais, num total de cerca de 50 mil alunos.