Lisboa, 03 mai (Lusa) - O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmou hoje, em declarações à Lusa, que o seu sucessor será "provavelmente" a governadora do banco central de São Tomé, Maria do Carmo Trovoada Silveira.
"É o nome que São Tomé apresentou", mas "oficialmente ainda não temos aqui a indicação", disse Murade Murargy à Lusa na sede da CPLP, em Lisboa.
Embora a escolha de Maria do Carmo Trovoada Silveira não seja ainda oficial, Murade Muragy adiantou que o seu nome já foi abordado nas reuniões internas da organização.
Maria do Carmo Trovoada Pires de Carvalho Silveira é governadora do banco central de São Tomé e Príncipe desde 2011, tendo já sido também primeira-ministra e ministra das Finanças de São Tomé e Príncipe.
A escolha do próximo secretário executivo, que na prática age como líder da CPLP, esteve envolta em polémica, com Portugal e São Tomé e Príncipe a reclamarem o direito de indicar o sucessor de Murargy, cuja aprovação deve ser feita por unanimidade dos Estados.
Em março, na 14.ª reunião do conselho de ministros extraordinário da CPLP, os chefes da diplomacia da organização lusófona decidiram que o próximo mandato do secretário-executivo será de quatro anos e a primeira metade caberá a São Tomé e Príncipe e a segunda metade será assumida por Portugal.
Os estatutos da organização preveem que o secretário-executivo seja indicado pelos Estados-membros, de forma rotativa, por ordem alfabética crescente. Os mandatos são de dois anos, renováveis por igual período.
Portugal considerava que, à luz dos estatutos, lhe caberia agora indicar um nome para o secretariado-executivo, mas alguns países, como Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe invocaram a existência de um acordo verbal segundo o qual Lisboa não poderia candidatar-se ao cargo por acolher a sede da organização.