Hélder Trindade pediu para sair, por razões pessoais, segundo apurou a Antena 1 junto de fonte oficial do Ministério da Saúde. Fora nomeado para o cargo à frente do Instituto Português do Sangue em 2011.
O seu nome já tinha sido contestado politicamente em 2015 - críticas do Bloco de Esquerda - face a algumas declarações proferidas na Assembleia da República ao declarar que só admitia dadores de sangue gays que fossem abstinentes.
Esta saída surge ainda dois dias após a DGS ter autorizado a dádiva de sangue por parte de homossexuais e bissexuais sob determinadas condições, segundo uma norma de orientação clínica (NOC) publicada a 19 de setembro deste ano, ou, seja, na segunda-feira desta semana.
Segundo essa norma, e com as novas regras, cessa a proibição total de homens que têm sexo com homens (HSH) - homossexuais e bissexuais - poderem dar sangue, optando-se pelo chamado "critério de suspensão temporária", o que envolve a aplicação de um período de suspensão temporária de 12 meses após o último contacto sexual.
Embora não se conheça uma relação direta entre esta decisão da DGS e a demissão de Hélder Trindade, o facto é que não era pacífica a visão do agora demissionário do IPST face às condições exigidas para a doação de sangue por parte dos grupos em causa.
O presidente da Federação dos Dadores de Sangue, Alberto Mota, soube da notícia pela Antena 1 e confessa a sua surpresa, até porque estava previsto reunir-se com o agora demissionário do IPST.
A Antena 1 tem tentado falar com Hélder Trindade, mas até agora sem sucesso.