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PJ admite cúmplices nos crimes de Aguiar da Beira

por RTP

O diretor-adjunto da Polícia Judiciária esteve esta terça-feira no Telejornal para falar sobre o caso do suspeito dos crimes de Aguiar da Beira. Duas semanas depois, as autoridades continuam sem conhecer o paradeiro de Pedro Dias e até admitem que possa já estar fora do país.

Pedro do Carmo, diretor-adjunto da Polícia Judiciária, revela à RTP que o suspeito dos crimes de Aguiar da Beira deverá encontrar-se nas áreas onde decorrem as buscas, mas não excluem a possibilidade de o fugitivo se encontrar fora do país.

"Temos informações que levam as autoridades a acreditar que o fugitivo se encontra em Portugal. No entanto, não é possível assegurar com toda a certeza que não se tenha ausentado para uma região diferente daquela onde estão concentradas as atenções (...) ou mesmo para fora do país", refere o responsável.

Sobre o alerta dado pela polícia portuguesa a outros países, nomeadamente Espanha, Pedro do Carmo avança que as autoridades portuguesas ativaram "todos os mecanismos de cooperação e de alerta internacionais", um procedimento "normal" que foi prontamente acionado, mas que o responsável se escusa a detalhar.
Ajuda de terceiros
Ao fim de 15 dias de fuga e ainda sem resultados palpáveis, as autoridades não excluem a possibilidade da ajuda de cúmplices. “Não podemos excluir a possibilidade do suspeito estar ou ter sido ajudado por terceiros”, reitera o responsável.

O diretor-adjunto da Polícia Judiciária disse que a investigação vai continuar a tentar apurar esse aspeto, um desconhecimento que torna ainda mais difícil o trabalho das buscas.

Pedro do Carmo refere ainda que, nos últimos dias, foram recolhidos "indícios em várias habitações" que o suspeito poderá ter entrado nessas casas e permanecido poralgum tempo. Numa delas, inclusive, poderá ter tido acesso a televisão, obtendo dessa forma informação sobre o local onde decorria o trabalho das autoridades.

Sobre a possibilidade de ter sido um elemento da própria PJ ou GNR a divulgar a fotografia de Pedro Dias, o responsável afirma que essas questões da investigação "terão o seu tempo" e que a prioridade atual é mesmo encontrar o suspeito.

Reconhece que o fugitivo "adequa o seu comportamento" sabendo que a sua identidade é conhecida, mas o facto de a fotografia ter sido diviulgada ajuda, por outro lado, a que sejam reportados possíveis avistamentos.
Área vasta e pouco povoada
Perante a ausência de sucesso ao fim de 15 dias de buscas, Pedro do Carmo lembra que a área de maior foco "tem cerca de 40 quilómetros de diâmetro". Além disso, é "pouco povoada" e tem "grandes zonas florestais e de caminhos extremamente difíceis", argumenta o responsável da PJ.

Ainda assim, as autoridades estão confiantes que vão conseguir localizar Pedro Dias. "Mais tarde ou mais cedo", esclarece o diretor-adjinto da Polícia Judiciária.

"Houve situações no passado em que demorámos bastante tempo. Mas em todas essas situações, as autoridades conseguiram localizar e deter os suspeitos da autoria de crimes graves. Estamos empenhados para que isso aconteça também neste caso", conclui.
Desaparecido há duas semanas
Pedro Dias, também conhecido como "Piloto", está desaparecido desde 11 de outubro, data em que dois militares da GNR foram atingidos a tiro, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Um morreu e outro ficou ferido.

Na mesma madrugada, um homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro na viatura em que seguiam, em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu.

Começou, desde logo a caça ao homem, tendo como único alvo Pedro Dias. Denúncias e alegados vestígios do suspeito foram surgindo nos últimos dias, desde a zona de Arouca, a Vila Real, onde se centraram as atenções há mais de uma semana, mas ainda sem rasto do alegado homicida.

Desde sábado as autoridades desconfiam também que o suspeito tenha furtado de um jipe numa quinta de Sabrosa, no distrito de Vila Real. No entanto, a Polícia Judiciária ainda não conseguiu comprovar a ligação entre o furagido e o desaparecimento da viatura.
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