Negócio dos manuais escolares torpedeia lei de reutilização

por Cátia Ferraz, David Araújo, Miguel Castro

Os professores escolhem e os pais pagam: trata-se dos manuais escolares que todos os anos chegam a custar 200 euros.

Há uma década que a lei abriu caminho à reutilização dos manuais e estipulou que os programas curriculares se deveriam manter estáveis pelo menos durante seis anos. A reutilização ficou sempre na gaveta.

O prazo para a estabilização dos livros também raramente é cumprido. Uma simples mudança de parágrafo ou de imagem numa capa nova e diferente tem dado origem a livros novos que a escola adopta e torna obrigatórios para todos os alunos.

Por trás deste negócio, estão esquemas ilegais que incluem a entrega de brindes a professores. As principais editoras, Leya e Porto Editora, chegam a entregar-lhes os manuais escolares de que precisam para os filhos.

Com tudo isto, faturam 45 e 22 milhões de euros todos os anos.
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