Linha Verde do Metro de Lisboa com três carruagens

por RTP
A estação do Cais do Sodré irá manter as três carruagens na Linha Verde ML

A linha verde do Metro de Lisboa vai manter apenas a circulação de três carruagens em cada viagem e não as quatro utilizadas anteriormente. Como resposta às queixas dos utentes, reconhecidas pelo secretário de Estado Sérgio Monteiro, e que o levou mesmo a dar orientações para o reforço do serviço com a introdução de mais carruagens, a empresa mantém as três em cada viagem, mas aumentou o número de comboios reduzindo o tempo de espera.

O Metro de Lisboa vai manter apenas três carruagens em cada viagem na linha verde por considerar que "os níveis de ocupação se encontram dentro dos parâmetros considerados normais", isto apesar das queixas dos utentes daquela linha terem tido uma resposta positiva por parte do secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, que como utente daquela linha também tinha reconhecido o mau serviço prestado naquela linha.

Foi na Assembleia da República que Sérgio Monteiro admitiu que aquela linha, que une Telheiras ao Cais do Sodré, tinha uma "oferta insuficiente para a procura" e que, consequentemente, já tinha dado instruções à empresa no sentido de reforçar o serviço com um "reforço de carruagens".

Só que passados quase três meses sobre estas declarações o Metro continua a manter apenas as três carruagens, uma situação que justificou em maio passado, em resposta a um artigo da RTP sobre o facto da empresa não estar a cumprir as orientações do secretário de Estado.

Na altura o Metro justificava a manutenção das três carruagens referindo que "a oferta da capacidade de transporte na rede Metro não assenta apenas no número de carruagens disponibilizadas, mas também na frequência de comboios em circulação" daí que "embora se tenha reduzido o número de carruagens na linha verde, de 4 para 3, o Metro entendeu promover um aumento no número de comboios por hora, passando de 12 para 14, reduzindo desta forma o tempo de espera entre comboios e indo ao encontro das necessidades da procura".

Esta era a justificação do Metro para não cumprir a orientação dada pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações aquando da sua deslocação ao Parlamento onde respondeu às questões colocadas pelos deputados da Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas.

Agora, e perante a insistência da RTP, o gabinete do Ministro Álvaro Santos Pereira veio esclarecer a atual posição do secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, com a seguinte informação:

"A linha verde tinha anteriormente comboios de 4 carruagens e não de 6 como é referido. Aliás, a linha verde não permite a circulação de comboios de 6 carruagens porque algumas estações não têm comprimento suficiente para a paragem de comboios com mais de 4 carruagens.

Por forma a reforçar o nível de oferta foi aumentado o número de comboios em circulação às horas de ponta, de 12 para 14 comboios por hora. Deste modo aumentou-se a capacidade de transporte de passageiros, reduzindo em simultâneo os intervalos entre comboios e o tempo de espera para os passageiros, oferecendo um serviço de melhor qualidade.

É natural - em qualquer serviço de transporte no mundo - que às horas de ponta os serviços tenham taxas de ocupação mais elevadas. A Metro de Lisboa monitoriza regularmente todas as linhas e constata-se que os níveis de ocupação se encontram dentro dos parâmetros considerados normais, a nível internacional.

Por último gostaríamos de realizar um esclarecimento ao texto do email que foi enviado, quando se refere: “as carruagens andam praticamente cheias não permitindo, por vezes, que os passageiros, e neste caso os mais necessitados, tenham um lugar para se sentar sem que um outro qualquer passageiro se tenha de levantar”.

Um metropolitano é um serviço de transporte público de elevado débito, em meio urbano. Como tal, não é forçoso que todos os passageiros tenham que viajar sentados (como acontece, por exemplo, num comboio de longo curso com uma duração de 3 horas), estando os comboios dimensionados para um determinado número de lugares sentados e de lugares em pé.

Trata-se, mais uma vez, de uma situação que sucede em qualquer serviço de metropolitano, no centro de qualquer cidade Europeia."

Com este esclarecimento o gabinete do ministro Álvaro Santos Pereira justifica a alteração de posição de secretário de Estado Sérgio Monteiro, em relação ao que tinha anunciado na Assembleia da República e confirma que os utentes da linha verde do Metro vão mesmo ter que utilizar aquele transportes nas condições que são oferecidas que, no entender do Metro, e agora do Governo, têm níveis de ocupação que "se encontram dentro dos parâmetros considerados normais a nível internacional".
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