José Sócrates garante que PR e Governo querem referendo europeu

por Agência LUSA

O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu hoje em Guimarães que tanto a Presidência da República como o Governo "continuam muito empenhados em fazer o referendo ao Tratado europeu".

"A posição do Presidente, que coincide com a do Governo, sempre foi a de que é necessário perguntar aos portugueses o que pensam da Europa, de modo a afirmar o caminho de desenvolvimento de Portugal no projecto europeu", afirmou.

O governante falava aos jornalistas em Guimarães, no final da sessão solene do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, na qual o Presidente da República Jorge Sampaio defendeu "um debate sereno" sobre o Tratado Constitucional na sociedade portuguesa.

José Sócrates salientou que "o Governo está absolutamente determinado a fazer um referendo sobre a Europa", e sublinhou que "não se pode permitir que apenas alguns países se pronunciem sobre o Tratado Constitucional".

"Não estou de acordo com a visão de que não interessa conhecer a opinião de todos os povos europeus, de que só interessa a da França, da Holanda ou da Alemanha", acentuou, sustentando que "é importante que todos se pronunciem".

Sobre o próximo Conselho Europeu, argumentou que os 25 países da União devem reflectir sobre os nãos da França e da Holanda, mas vincou que "uma decisão sobre o rumo a tomar só deve ser tomada depois de todos os povos, e entre eles o português, se terem pronunciado".

Manifestou-se de acordo com o apelo feito por Jorge Sampaio a todos os portugueses para que se unam na superação das dificuldades, dizendo que "o problema do país não é estritamente financeiro, é essencialmente económico".

"Se não resolvêssemos o défice orçamental criaríamos mais problemas à economia, que poderia entrar em recessão, o que seria insuportável para as empresas e para as famílias", disse.

Questionado sobre o desagrado manifestado pelo Grupo Parlamentar do PS com as alterações do sistema de reformas e com o fim das subvenções aos políticos, o primeiro-ministro sublinhou que "é a primeira vez que um Governo fez aquilo que devia fazer, acabando com os privilégios absolutamente injustificados da classe política".

"Se alguém está desagradado o que é que eu posso fazer?", perguntou.

Observou que "não seria justo pôr o Estado social a gastar menos sem se começar com o exemplo dos políticos, acabando com as subvenções vitalícias, e com a contagem de tempo a dobrar para os autarcas cada ano de exercício".


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