Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisam de pelo menos 150 farmacêuticos para fazer face às necessidades e à passagem às 35 horas de trabalho, segundo a Ordem dos Farmacêuticos.
A responsável afirma que, por enquanto, não foi sentido nos serviços farmacêuticos hospitalares nenhum impacto significativo na primeira semana de passagem das 40 para as 35 horas de trabalho semanais.
Contudo, refere que a carência de profissionais nas farmácias hospitalares já era significativa antes das 35 horas, sobretudo nos últimos quatro ou cinco anos.
Apesar de na primeira semana o impacto não ter sido ainda sentido nos serviços farmacêuticos, a bastonária assume que é "muito grande a preocupação" com a passagem das 40 para as 35 horas semanais de trabalho, que abrange os farmacêuticos e outros profissionais.
"Se já estávamos em situações de grande fragilidade para manter os serviços e já tínhamos, em zonas do país, encerrado serviços noturnos sem as 35 horas, com as 35 horas, temíamos que a situação se agravasse", afirmou Ana Paula Martins à Lusa.
A bastonário aponta atrasos na previsão e planeamento das 35 horas: "As contratações começaram agora a acontecer. Daí termos manifestado que devia ter sido previsto com mais tempo. O que estamos a fazer agora podia ter sido feito mais cedo. Mas agora há que olhar em frente".
A representante dos Farmacêuticos acredita que o Ministério da Saúde esteja a fazer a avaliação das necessidades de cada hospital, embora a Ordem desconheça quantos farmacêuticos vão ser contratados para as unidades públicas de saúde.
O levantamento que a Ordem dos Farmacêuticos fez das carências em cada hospital vai igualmente ser enviado para as administrações das unidades, até porque Ana Paula Martins acredita que "vão ter um peso importante" na escolha dos recursos a contratar.
A bastonária frisa a necessidade de ter profissionais suficientes para assegurar funções de extrema importância, como a quimioterapia, a administração de medicamentos em dose unitária ou as preparações pediátricas.
No final de junho, a bastonária tinha enviado uma carta ao Ministério da Saúde na qual anunciava que previa uma rutura de prestação de cuidados nos hospitais "como não há memória" a partir de julho, com a passagem às 35 horas a partir do início deste mês.
A situação é tão grave, referia a carta, que "está posta em causa a segurança dos doentes".
A Ordem indicava ainda que "a maioria dos serviços farmacêuticos hospitalares" reporta impactos da falta de pessoal na dispensa e preparação de medicamentos aos doentes.
Hospitais sem medicamentos em dose unitária
A Ordem dos Farmacêuticos denunciou hoje que há hospitais públicos a deixar de dar medicamentos em dose unitária aos doentes por dificuldades de pessoal, lembrando que este método dá mais segurança e diminui erros.
Em declarações à agência Lusa, a bastonária dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, referiu que há "serviços em alguns hospitais" onde se deixou de distribuir a medicação por dose unitária, que é uma prática mais segura.
"É quase uma questão civilizacional (...). Nós temos neste momento serviços em hospitais onde não fazemos a dose unitária, onde entregamos (a medicação) em embalagens de medicamentos. Há muitos anos que não fazíamos isto. A dose unitária permite muito menos erros", explicou Ana Paula Martins.
A dose unitária e individual permite reduzir o tempo de enfermagem dedicado à preparação da medicação, permite diminuir os riscos de contaminação do medicamento e os erros de administração.
A representante dos farmacêuticos recorda que todo o circuito do medicamento hospitalar exige "presença humana" e lembra que há défice de farmacêuticos nos hospitais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobretudo nos últimos quatro ou cinco anos.
No final de junho, a bastonária tinha enviado uma carta ao Ministério da Saúde na qual anunciava que previa uma rutura de prestação de cuidados nos hospitais "como não há memória" a partir de julho, com a passagem às 35 horas a partir do início deste mês.
A situação é tão grave, referia a carta, que "está posta em causa a segurança dos doentes".
A Ordem indicava ainda que "a maioria dos serviços farmacêuticos hospitalares" reporta impactos da falta de pessoas na dispensa de medicamentos aos doentes, nomeadamente na distribuição em dose unitária.
A Ordem dos Farmacêuticos denunciou hoje que há hospitais públicos a deixar de dar medicamentos em dose unitária aos doentes por dificuldades de pessoal, lembrando que este método dá mais segurança e diminui erros.
Em declarações à agência Lusa, a bastonária dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, referiu que há "serviços em alguns hospitais" onde se deixou de distribuir a medicação por dose unitária, que é uma prática mais segura.
"É quase uma questão civilizacional (...). Nós temos neste momento serviços em hospitais onde não fazemos a dose unitária, onde entregamos (a medicação) em embalagens de medicamentos. Há muitos anos que não fazíamos isto. A dose unitária permite muito menos erros", explicou Ana Paula Martins.
A dose unitária e individual permite reduzir o tempo de enfermagem dedicado à preparação da medicação, permite diminuir os riscos de contaminação do medicamento e os erros de administração.
A representante dos farmacêuticos recorda que todo o circuito do medicamento hospitalar exige "presença humana" e lembra que há défice de farmacêuticos nos hospitais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobretudo nos últimos quatro ou cinco anos.
No final de junho, a bastonária tinha enviado uma carta ao Ministério da Saúde na qual anunciava que previa uma rutura de prestação de cuidados nos hospitais "como não há memória" a partir de julho, com a passagem às 35 horas a partir do início deste mês.
A situação é tão grave, referia a carta, que "está posta em causa a segurança dos doentes".
A Ordem indicava ainda que "a maioria dos serviços farmacêuticos hospitalares" reporta impactos da falta de pessoas na dispensa de medicamentos aos doentes, nomeadamente na distribuição em dose unitária.
Verão difícil nos hospitais e com agravamento em setembro
A Ordem dos Enfermeiros avisa que a situação nos hospitais com a passagem às 35 horas de trabalho deve agravar-se em setembro, estimando que o Governo não contrate sequer metade dos profissionais de saúde necessários.
Quase uma semana depois da entrada em vigor das 35 horas de trabalho semanais para milhares de profissionais de saúde, Ana Rita Cavaco prevê que as dificuldades nos hospitais se mantenham por todo o verão e piorem em setembro.
"Apesar de o ministro da Saúde ter dito que haveria mais contratações em setembro, já veio admitir que não poderia contratar os profissionais necessários", refere a bastonária, alertando para dificuldades em várias unidades de saúde, com fecho de camas.
Ana Rita Cavaco diz desconhecer quantos enfermeiros o Governo está a permitir que se contratem para cobrir as 35 horas de trabalho, mas indica que não serão sequer metade dos que são necessários.
A representante destes profissionais refere que seriam necessários pelo menos 1.700 enfermeiros, apenas para cobrir a passagem das 40 para as 35 horas, avisando que os serviços estão há muito com défice de enfermeiros.
O ministro da Saúde tem anunciado que vão entrar entre mês 2.000 novos profissionais de saúde por causa das 35 horas de trabalho, sem especificar quantos são enfermeiros, quantos são técnicos, farmacêuticos ou assistentes.
"Não compreendemos. Se 3.000 enfermeiros custam por ano 65 milhões, 0,6% do orçamento total para a saúde, 1.700 seriam cerca de 30 a 35 milhões. Como é que não há este dinheiro, que é tão pouco? Porque depois os portugueses ouvem falar em milhares e milhares de euros para a banca. Eu como portuguesa não compreendo", lamenta a bastonária.
Ana Rita Cavaco dá exemplos de situações que considera críticas e que não correspondem sequer ao mínimo que deve ser feito pelos doentes. No hospital da Covilhã há um serviço de medicina com 30 camas e apenas com um enfermeiro e a sua chefia, que não presta cuidados.
"Alguém acredita que é possível fazer o mínimo àquelas pessoas que estão ali internadas? Não é. Isto é brincar com a saúde de todos nós", prosseguiu.
Já na sexta-feira, a Ordem dos Enfermeiros tinha dado conta de que a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, teve de encerrar três salas de parto dada a falta de pessoal para suprir a passagem às 35 horas de trabalho de profissionais de saúde
Além do encerramento, a Maternidade teve de reduzir o número de enfermeiros por turno, "o que não dá segurança às pessoas".
A representante dos enfermeiros relata que todos os dias tem conhecimento de "encerramento de camas e fecho de alguns serviços", fruto do que os profissionais têm considerado como a falta de planeamento adequado com a passagem às 35 horas de trabalho semanais por parte de milhares de profissionais de saúde a 1 de julho.
"Esconder o que está a acontecer não vai resolver o problema", refere a bastonária dos Enfermeiros, sobre as declarações desta semana do ministro da Saúde, que tem dito que a esmagadora maioria dos hospitais vive uma situação de normalidade com a passagem às 35 horas.
Ana Rita Cavaco indica ainda que em Chaves, Lamego e Vila Real "vão encerrar 48 camas", porque do reforço de 60 enfermeiros que se estima necessário só foram autorizados 32.
A bastonária lembra ainda que os enfermeiros que entram, além de serem em número insuficiente, "não contam logo como elementos", visto que têm de fazer a sua integração na equipa.
Segundo a Ordem dos Enfermeiros, no Hospital de Gaia, por exemplo, chegaram três enfermeiros novos hoje ao serviço de urologia, mas uma das enfermeiras da equipa entrou de baixa por "não ter aguentado trabalhar sozinha com 18 doentes, como tem acontecido".
Vários profissionais de saúde e também partidos políticos têm criticado o Ministério da Saúde por falta de planeamento atempado com a passagem das 40 para as 35 horas de trabalho semanais desde 01 de julho, considerando ainda que os profissionais que o Governo anuncia são insuficientes para cobrir as necessidades".
De acordo com o ministro da Saúde, serão contratados este mês cerca de 2.000 profissionais (entre enfermeiros, técnicos e administrativos) para cobrir a passagem às 35 horas. Adalberto Campos Fernandes tem dito ainda que até maio entraram no Serviço Nacional de Saúde cerca de 1.600 profissionais já a contar com as 35 horas.
O ministro tem reiterado que o Governo e os hospitais estão a fazer um planeamento "como nunca foi feito", mas não se compromete com a contratação adicional de profissionais depois do verão e indica que não deverá haver margem financeira para contratar o número desejável de profissionais.
A Ordem dos Enfermeiros avisa que a situação nos hospitais com a passagem às 35 horas de trabalho deve agravar-se em setembro, estimando que o Governo não contrate sequer metade dos profissionais de saúde necessários.
Quase uma semana depois da entrada em vigor das 35 horas de trabalho semanais para milhares de profissionais de saúde, Ana Rita Cavaco prevê que as dificuldades nos hospitais se mantenham por todo o verão e piorem em setembro.
"Apesar de o ministro da Saúde ter dito que haveria mais contratações em setembro, já veio admitir que não poderia contratar os profissionais necessários", refere a bastonária, alertando para dificuldades em várias unidades de saúde, com fecho de camas.
Ana Rita Cavaco diz desconhecer quantos enfermeiros o Governo está a permitir que se contratem para cobrir as 35 horas de trabalho, mas indica que não serão sequer metade dos que são necessários.
A representante destes profissionais refere que seriam necessários pelo menos 1.700 enfermeiros, apenas para cobrir a passagem das 40 para as 35 horas, avisando que os serviços estão há muito com défice de enfermeiros.
O ministro da Saúde tem anunciado que vão entrar entre mês 2.000 novos profissionais de saúde por causa das 35 horas de trabalho, sem especificar quantos são enfermeiros, quantos são técnicos, farmacêuticos ou assistentes.
"Não compreendemos. Se 3.000 enfermeiros custam por ano 65 milhões, 0,6% do orçamento total para a saúde, 1.700 seriam cerca de 30 a 35 milhões. Como é que não há este dinheiro, que é tão pouco? Porque depois os portugueses ouvem falar em milhares e milhares de euros para a banca. Eu como portuguesa não compreendo", lamenta a bastonária.
Ana Rita Cavaco dá exemplos de situações que considera críticas e que não correspondem sequer ao mínimo que deve ser feito pelos doentes. No hospital da Covilhã há um serviço de medicina com 30 camas e apenas com um enfermeiro e a sua chefia, que não presta cuidados.
"Alguém acredita que é possível fazer o mínimo àquelas pessoas que estão ali internadas? Não é. Isto é brincar com a saúde de todos nós", prosseguiu.
Já na sexta-feira, a Ordem dos Enfermeiros tinha dado conta de que a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, teve de encerrar três salas de parto dada a falta de pessoal para suprir a passagem às 35 horas de trabalho de profissionais de saúde
Além do encerramento, a Maternidade teve de reduzir o número de enfermeiros por turno, "o que não dá segurança às pessoas".
A representante dos enfermeiros relata que todos os dias tem conhecimento de "encerramento de camas e fecho de alguns serviços", fruto do que os profissionais têm considerado como a falta de planeamento adequado com a passagem às 35 horas de trabalho semanais por parte de milhares de profissionais de saúde a 1 de julho.
"Esconder o que está a acontecer não vai resolver o problema", refere a bastonária dos Enfermeiros, sobre as declarações desta semana do ministro da Saúde, que tem dito que a esmagadora maioria dos hospitais vive uma situação de normalidade com a passagem às 35 horas.
Ana Rita Cavaco indica ainda que em Chaves, Lamego e Vila Real "vão encerrar 48 camas", porque do reforço de 60 enfermeiros que se estima necessário só foram autorizados 32.
A bastonária lembra ainda que os enfermeiros que entram, além de serem em número insuficiente, "não contam logo como elementos", visto que têm de fazer a sua integração na equipa.
Segundo a Ordem dos Enfermeiros, no Hospital de Gaia, por exemplo, chegaram três enfermeiros novos hoje ao serviço de urologia, mas uma das enfermeiras da equipa entrou de baixa por "não ter aguentado trabalhar sozinha com 18 doentes, como tem acontecido".
Vários profissionais de saúde e também partidos políticos têm criticado o Ministério da Saúde por falta de planeamento atempado com a passagem das 40 para as 35 horas de trabalho semanais desde 01 de julho, considerando ainda que os profissionais que o Governo anuncia são insuficientes para cobrir as necessidades".
De acordo com o ministro da Saúde, serão contratados este mês cerca de 2.000 profissionais (entre enfermeiros, técnicos e administrativos) para cobrir a passagem às 35 horas. Adalberto Campos Fernandes tem dito ainda que até maio entraram no Serviço Nacional de Saúde cerca de 1.600 profissionais já a contar com as 35 horas.
O ministro tem reiterado que o Governo e os hospitais estão a fazer um planeamento "como nunca foi feito", mas não se compromete com a contratação adicional de profissionais depois do verão e indica que não deverá haver margem financeira para contratar o número desejável de profissionais.
C/Lusa