O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior propôs hoje, em Viena, na Áustria, desenvolver o campus nuclear de Loures como um centro regional da Agência Internacional de Energia Atómica, para estimular a cooperação científica.
Manuel Heitor fez esta proposta durante a sua intervenção na Cimeira Ministerial associada à Conferência Internacional sobre Segurança Nuclear -- Compromissos e Ações da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), no Centro Internacional de Viena, adianta em comunicado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Na sua intervenção, o ministro sublinhou o interesse de Portugal em reforçar plataformas internacionais de investigação e desenvolvimento (I&D) e formação avançada na área da física e das aplicações nucleares de elevada segurança, designadamente no setor na saúde e incluindo formas emergentes de medicina nuclear e apoio médico especializado.
Nesse sentido, Manuel Heitor manifestou o interesse em reforçar a posição de Portugal na AIEA de modo a desenvolver a capacidade existente no campus nuclear de Loures para estimular um "centro de formação, investigação e apoio a aplicações nucleares seguras" orientado para as futuras gerações de profissionais de aplicações nucleares, com ênfase no setor da saúde.
"O objetivo é promover o Campus Nuclear de Loures, na região de Lisboa, em estreita interação com a estratégia da AIEA para o desenvolvimento de centros regionais e trabalhar em estreita parceria com governos europeus e africanos e atores industriais em todo o mundo", refere o comunicado.
A sua concretização, adianta, está prevista para os próximos dois anos, em estreita colaboração com o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e o Município de Loures, com base nos investimentos realizados nas duas últimas décadas em programas europeus de investigação e formação em fusão e fissão nuclear.
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Portugal está empenhado em promover a cooperação científica e tecnológica multilateral em sistemas complexos de engenharia e ciências físicas para uma abordagem integrada de aplicações nucleares seguras, juntamente com os métodos emergentes de ciência dos dados para a governação de riscos.
"Está igualmente empenhado em ajudar a AIEA a promover a medicina nuclear e práticas associadas de saúde, como práticas seguras e fiáveis, bem como a garantir a sua disponibilidade a nível mundial em todos os sistemas de saúde", sublinha.
Isto "requer grandes esforços internacionais, públicos e privados para promover a formação de engenharia física tecnológica e biomédica e de tecnologias e práticas de saúde (incluindo enfermagem especializada)", para melhorar os sistemas de saúde em Portugal e a capacidade de facilitar os melhores cuidados médicos e serviços à população, defende o ministério.