A Fundação Francisco Manuel dos Santos promove a partir desta quarta-feira o Mês da Educação, com a realização de vários debates a nível nacional. Durante a iniciativa serão apresentados estudos em áreas como a do desempenho dos alunos, a qualidade da escola, a multimédia no ensino das ciências, a formação dos professores e o sistema de ensino.
Nuno Garoupa, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, rejeita a coincidência política da iniciativa, lembra que se trata de uma tradição levada a efeito pela Fundação no mês de outubro, para assinalar o início do ano escolar, mas não deixa de observar que há temas que podem ser úteis para um futuro executivo.
Nuno Garoupa destaca em particular o estudo dos professores João Paiva e Rui Vieira sobre a presença do multimédia, que coloca em evidência as consequências positivas mas também as negativas no desempenho escolar.
E ainda, o impacto dos rankings na qualidade das escolas. Para o presidente da Fundação torna-se evidente nos estudos apresentados que não se pode falar no sistema de ensino como um todo homogéneo. O que há, adianta, são "escolas boas e escolas más, sendo que é preciso aprender com as que fazem bem”.
No dia em que o Governo revelou que a maioria dos alunos portugueses reprova durante o 3.º ciclo ou tem, pelo menos, negativa a um dos dois exames nacionais do 9.º ano, Nuno Garoupa adianta ao site da RTP que os estudos a apresentar pela Fundação revelam que “nem toda a taxa de retenção é explicada por questões económicas e sociais, como tem sido desculpa dos vários governos ao longo do tempo”.
Segundo adianta, “há de facto um impacto económico e social, mas há questões relacionadas com a própria escola e a forma de ensinar na escola que podem alterar a taxa de retenção”.
Durante os debates que promove, a Fundação Francisco Manuel dos Santos traz a Portugal Margareth Raymond, uma das grandes especialistas na área da Educação que vai analisar o sistema educativo português e as suas fragilidades, para definir aquilo a que chama “O Quinto Compromisso”, ou seja, a necessidade de identificar as mudanças necessárias no sistema e ter a capacidade de as fazer.
