Lisboa, 02 fev (Lusa) -- A Ordem dos Farmacêuticos quer que a renovação da prescrição de medicamentos de doentes crónicos passe a ser feita na farmácia, para reduzir a congestão dos serviços de saúde e evitar desistências da terapêutica.
Num documento com 30 recomendações para o Uso Responsável do Medicamento, a Ordem dos Farmacêuticos sugere a implementação do serviço farmacêutico de renovação da prescrição dos medicamentos dos doentes crónicos controlados, "em estreita colaboração com o médico".
"A prestação deste serviço pressupõe a comunicação ao médico das renovações realizadas, assim como a referenciação à consulta médica quando os resultados clínicos não correspondem ao expectável", indica o documento, a que a agência Lusa teve acesso.
A adesão à terapêutica e a gestão da toma simultânea de vários remédios seriam as melhorias alcançadas com esta medida.
A Ordem dos Farmacêuticos propõe também que seja revista a lista dos medicamentos de uso exclusivo hospitalar, considerando que uma deslocação do doente ao hospital pode comprometer o acesso à terapêutica e a sua respetiva adesão.
Entre as grandes recomendações da Ordem estão: promover a literacia em saúde; promover a partilha de dados clínicos em saúde; otimizar a prescrição clínica; monitorizar a qualidade de prescrição nos doentes idosos e promover a investigação e avaliação dos programas de saúde.
A campanha "Uso do Medicamento -- Somos Todos Responsáveis" foi lançada pela Ordem dos Farmacêuticos para sensibilizar a população e os decisores de saúde para a importância de um uso racional dos fármacos
A Organização Mundial de Saúde estima que 50% dos cidadãos em todo o mundo não tomem corretamente os medicamentos.