Penafiel, Porto, 02 mar (Lusa) - Cerca de 2.000 idosos de Penafiel vão submeter-se a um "método inovador" de diagnóstico do cancro oral, no âmbito de um projeto desenvolvido por investigadores locais e apoiado pela Câmara de Penafiel.
"Os penafidelenses serão os primeiros a fazer este tipo de rastreio, de forma gratuita", disse hoje à Lusa o presidente da Câmara, Antonino Sousa.
O autarca explicou que o método, designado `Blue Stain`, foi desenvolvido em laboratório, em meio académico, pelo centro de investigação da CESPU (Cooperativa de Ensino Superior Politécnico Universitário), em Penafiel.
No âmbito do projeto, foi criada uma empresa `startup`, formada por alunos e docentes, para desenvolver a ideia.
Os beneficiários destes primeiros rastreios serão os utentes das instituições de solidariedade social do concelho, com idade igual ou superior a 65 anos, que constituem o principal grupo de risco daquela patologia.
Os exames vão arrancar este mês, prevendo-se que uma equipa técnica se desloque a cada uma das instituições sinalizadas pelo Município.
Segundo Antonino Sousa, o exame vai permitir identificar, quase de imediato, as situações clínicas mais delicadas, o que constitui a principal mais-valia da nova tecnologia.
A autarquia vai investir cerca de 15.000 euros no projeto, um valor que o presidente diz justificar-se, atendendo às vantagens para um grande números de munícipes, numa altura em que a incidência daquele tipo de cancro tem vindo a aumentar, sobretudo entre a população sénior.
Perante uma lesão suspeita, o médico terá ao seu dispor um `kit` que permite fazer a colheita de células, de forma indolor e não invasiva para o doente.
Segundo fonte do projeto, a nova tecnologia já foi reconhecida pelas entidades oficiais e tem conquistado vários galardões nacionais, nomeadamente o "Prémio Jovem Empreendedor", da ANJE, em 2014, o concurso "Arrisca C - Planos de Negócio" da Universidade de Coimbra, e o concurso "Acredita Portugal", na categoria de Alta Tecnologia, em 2015.
O método pode ser aplicado a outras áreas de diagnóstico, nomeadamente, a citologias cervical-vaginais e anais, punções aspirativas da tiroide e exames extemporâneos.
O projeto contou com o envolvimento do IPATIMUP (Institute of Molecular Pathology and Immunology at the University of Porto).