Lisboa, 04 fev (Lusa) -- Paulo Manuel Cadete Ferrão, diretor do programa MIT -- Portugal, desde 2006, é o novo presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), cuja nova equipa dirigente foi hoje aprovada em Conselho de Ministros.
O novo presidente da FCT, que até agora dirigia a parceria entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e diversas universidades portuguesas, é professor catedrático do Instituto Superior Técnico (IST), da Universidade de Lisboa, onde dirige a iniciativa em Energia e o Programa de Doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia, entre outras iniciativas ligadas à investigação, tecnologia e políticas de desenvolvimento, nomeadamente o IN + - Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento.
Paulo Ferrão dirige o IN+, que Manuel Heitor presidiu, desde 2013, até assumir o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, em novembro, tendo sido presidente do conselho científico de 2013 a 2015.
Segundo a informação disponibilizada pelo Governo, a carreira científica do novo presidente da FCT centra-se nas áreas da energia e da ecologia industrial, em que tem desenvolvido trabalho ao nível da gestão de resíduos e sistemas urbanos.
Foi coordenador dos grupos de trabalho que elaboraram o Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR) e o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020).
Na FCT, terá como vice-presidente Miguel Augusto Rico Botas Castanho, professor catedrático de Bioquímica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Como vogais, a escolha recaiu sobre Maria Isabel Lobato de Faria Ribeiro, docente e investigadora do IST, e Ana Maria Beirão Reis Sanchez, coordenadora do Gabinete de Comunicação e Divulgação de Ciência do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa.
No mês passado, o ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, prometeu, sem quantificar, um reforço do orçamento da FCT este ano, que contemple um aumento das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento.
Paulo Ferrão e Miguel Castanho, nomeados respetivamente presidente e vice-presidente da FCT, fizeram parte do grupo de reflexão sobre o futuro da liderança e intervenção da Fundação para a Ciência e Tecnologia, criado em dezembro, sob iniciativa do ministro da tutela, Manuel Heitor, que tomou posse em novembro.
O grupo era constituído por 38 investigadores.
A nova direção da FCT toma posse na quarta-feira, de acordo com o Ministério da Ciência.
A direção cessante da FCT pediu ao ministro, dois dias antes do fim do seu mandato, a 29 de dezembro, para ser substituída o mais breve possível, antes do prazo legal, que terminava em março, na sequência de críticas à atuação da instituição, entre 2011 e 2015, e que constam nos termos de referência de constituição do grupo de reflexão sobre o futuro da FCT.
A presidente cessante da FCT, a investigadora Maria Arménia Carrondo, assumiu o cargo em abril, substituindo Miguel Seabra, médico e investigador, que se demitiu invocando razões pessoais.
A FCT é a principal entidade, sob tutela do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, que subsidia a investigação em Portugal.
Durante o mandato do anterior ministro da tutela Nuno Crato, a Fundação para a Ciência e Tecnologia foi muito criticada pela comunidade científica, devido aos cortes nas bolsas de doutoramento e pós-doutoramento e à forma como decorreu a avaliação à atividade das unidades de investigação, da qual depende o financiamento público das instituições.