O presidente da Comissão executiva da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), António Carmona Rodrigues, defendeu sexta-feira, em Cabo Verde, a afirmação da organização como "agente da promoção, desenvolvimento e cooperação" entre as cidades que a integram.
Carmona Rodrigues, também presidente da Câmara de Lisboa, adiantou que, para tal, "é necessário dotar a UCCLA de uma administração mais moderna e eficaz, sem perder de vista os dois eixos que a constituem: a cooperação e aproximação das pessoas que partilham o valor comum que é a língua portuguesa", explicou.
O autarca falava na cidade da Praia, na inauguração do espaço cultural "Casa Padja", uma obra financiada pela UCCLA no valor de 220 mil euros.
"A ambição deve ser maior e por isso queremos mais empenho de todos aqueles que podem ajudar nos mais variados domínios para construir um futuro melhor", afirmou.
Carmona Rodrigues considerou ainda a inauguração da Casa Padja como "um acto de devolução à Cidade da Praia(capital de Cabo Verde) de um dos seus símbolos emblemáticos e que faz parte do património histórico do país".
Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara da Praia, Felisberto Vieira, afirmou que a Casa Padja é "um símbolo da identidade dos cabo-verdianos, do valor cultural do povo cabo-verdiano e deverá servir para edificar a cidadania lusófona una, plural e também autêntica".
Felisberto Vieira prometeu que a Casa Padja voltará a ser palco de promoção das artes, desde a dança, à música, passando pelo teatro e exposições, mas também como espaço que irá servir para formação no domínio da cultura.
A Casa Padja, situada no parque 05 de Julho, foi construída por ocasião do quinto aniversário da Independência Nacional (1980) e foi destruída por um incêndio há 11 anos.
A reabilitação, projectada pelo arquitecto João Santana, aproveitou a estrutura restante e manteve também o traçado original, com uma cobertura de palha em forma de cone, inspirado no vulcão do Fogo.
Carmona Rodrigues, na sua visita de três dias a Cabo Verde, esteve ainda, na quinta-feira, na inauguração da recuperação da Av.
Cidade de Lisboa, a mais importante artéria da cidade, financiada totalmente pela UCCLA no valor de um milhão e 900 mil euros.