As autoridades policiais, nomeadamente o Corpo de Intervenção da PSP de Lisboa, estão mobilizadas na sua máxima força para um início de semana algo atribulado.
Assim, os cerca de 300 elementos do Corpo de Intervenção (CI) da PSP de Lisboa vão estar mobilizados, segundo disse à agência Lusa fonte policial, adiantando ainda que um grupo do Corpo de Intervenção (composto por 60 elementos) estará na Assembleia da República, local onde vai terminar o anunciado protesto dos taxistas.
Manifestação em marcha, exigências antigas
Em causa está novamente a atividade das plataformas 'online' de transporte de passageiros Uber e Cabify, um conflito que tem gerado uma troca de palavras na sociedade, com muitos taxistas a indignarem-se verbal e, em alguns casos denunciados, também fisicamente, contra os que prestam esses serviços.
O objetivo deste protesto é assim o de contestar a atividade das plataformas 'online' que permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros, com uma aplicação para 'smartphones' que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte. Em Portugal, operam a Uber e a Cabify. Um cenário que se repete em 2016.
Polícia nas ruas de Lisboa
Face ao que se adivinha, a polícia prevê ainda estar presente entre o Areeiro e a Assembleia da República, acompanhando o trajeto em carrinhas do Corpo de Intervenção e os restantes elementos do CI de Lisboa vão estar de reserva nas instalações da Ajuda.
A mesma fonte policial revela ainda que, segundo os acontecimentos do momento, a PSP não descarta a hipótese de recorrer a elementos do CI do Porto e Faro.
Também todos os elementos das Equipas de Intervenção Rápida (EIR) de Lisboa vão estar de serviço na segunda-feira para acompanhar o protesto, que conta ainda com elementos do Grupo Operacional Cinotécnico da PSP.
O protesto nacional inicia-se às 7 horas de segunda-feira com uma concentração no Parque das Nações, em Lisboa, seguindo depois, pelas 8h30, com as viaturas em desfile até à Assembleia da República. De acordo com as associações, os taxistas "permanecerão concentrados em frente à Assembleia da República até que a direção decida pôr fim à concentração".
A Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) demarcou-se esta sexta-feira de eventuais "situações de ameaças e violência" na manifestação de segunda-feira, em Lisboa, contra as plataformas eletrónicas de mobilidade.
Taxistas contestam orientações da PSP para manifestação
Os representantes do setor do táxi acusaram esta sexta-feira a PSP de querer "partir a manifestação" de segunda-feira, ao impor condições relativamente aos taxistas que vêm do norte e do sul do país.
"A PSP está a levantar problemas que não fazem sentido. Nós discordamos e mantemos o mesmo itinerário. Declinamos qualquer responsabilidade do que venha a acontecer", afirmou aos jornalistas o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, após uma reunião com a PSP no Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide (Loures).
Os taxistas pretendem que os carros vindos de norte vão ter à Rotunda do Relógio, em Lisboa, para depois se juntarem aos colegas no Parque das Nações, mas a polícia "quer desviá-los em Santa Iria da Azóia [no vizinho concelho de Loures] para o IC2 [itinerário complementar]", referiu o presidente da Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida.
Legislação
A marcha e protesto de taxistas surge num momento em que tem dias a divulgação das intenções do Governo: o diploma proposto passa a exigir aos motoristas destas plataformas formação inicial no mínimo de 30 horas (os taxistas têm hoje 150 horas de formação) e um título de condução específico. Os carros não podem ter mais de sete anos, passam a ter de estar identificados com um dístico, terão de ter um seguro semelhante ao dos táxis e serão obrigados a emitir uma fatura eletrónica.
Além disso, não podem circular na faixa bus, não podem estacionar nas praças de táxi e só podem apanhar clientes que os tenham chamado através da aplicação.
"Os carros têm que ir até à Assembleia da República"
A frase pertence a Florêncio de Almeida, dirigente da ANTRAL, e representa o sentimento geral de algo que os taxistas não abdicaram na negociação com a PSP do trajeto a ser seguido na segunda-feira.
"Já traçámos o percurso, desta vez igual ao da última [manifestação], porque foi uma negociação que fizemos com a PSP, que é descer a Avenida da Liberdade até à rua do Arsenal, em vez de irmos pelo Largo do Rato, porque teríamos mais espaço para estacionarmos", sublinhou aquele dirigente.
"Mais de seis mil"
De acordo com o responsável da ANTRAL, o protesto vai mobilizar "mais de seis mil" profissionais de todo o país. Os taxistas do Porto vão concentrar-se às 3:00, no Castelo do Queijo, seguindo em direção a Lisboa, passando por Fátima para agrupar os profissionais do Centro. Já os taxistas do Algarve vão juntar-se às 3:30 e, depois, pelas 6:30, reunir-se-ão com os colegas da Margem Sul, no centro sul de Almada.
Este será um Um cenário que se repete - manifestção de abril de 2016 - altura em que o trânsito nas principais cidades do país foi caótico. Nesse dia, a PSP registou vários incidentes, que levaram a participações policiais, devido a agressões fisícas e danos em viaturas.
c/ Lusa