Penafiel, 23 nov (Lusa) - O tribunal de Penafiel marcou para 07 de dezembro as alegações finais do julgamento do caso do roubo e homicídio, em 2009, do homem conhecido como "bruxo de rio de moinhos".
A sessão de hoje era a última agendada para este julgamento, mas a ausência de uma testemunha arrolada pela acusação determinou o adiamento das alegações das partes envolvidas no processo.
Na sessão, o coletivo ouviu mais algumas testemunhas arroladas pela defesa dos oito arguidos do processo e pelos assistentes.
A vítima, Agostinho Moreira, morreu espancada e asfixiada na sequência da tentativa de assalto à sua residência, no dia 21 de outubro de 2009.
Uma vizinha de Agostinho Moreira confirmou hoje que o homem conhecido como "bruxo de rio de moinhos" recebia muita gente em sua casa, sobretudo ao fim de semana. Outra testemunha disse ter ouvido barulhos na casa da vítima na noite do alegado homicídio.
Uma cliente garantiu ao tribunal que o alegado bruxo nunca pedia uma verba concreta quando atendia os seus clientes.
Na sessão anterior, a segunda do julgamento, vários comerciantes, na qualidade de testemunhas, confirmaram terem vendido vários bens, de valor elevado, a alguns dos arguidos implicados.
Parte dos comerciantes, testemunhas neste processo, disse que as vendas, que incluíram automóveis, joias eletrodomésticos e mobílias, terão ocorrido no final do 2009, em período posterior ao homicídio.
Na primeira sessão de julgamento apenas um dos acusados aceitou depor, garantindo não ter participado ativamente no crime.
Ao tribunal Paulo Silva denunciou que o roubo à casa da vítima terá sido planeado. Disse também que outros dois arguidos, Ernesto Costa e Telmo Ferreira, vizinhos da vítima, terão sido os mentores.
Paulo contou que dias antes foi desafiado por Ernesto a assaltar Agostinho Moreira.
O denunciante alegou que recusou, mas admitiu ter contactado um terceiro elemento, José Cardoso, também arguido, da Régua, que se mostrou interessado.
Dias depois, os três ter-se-ão encontrado num café para tratar do assunto e ficar a conhecer onde residia o alegado bruxo.
No dia do crime, Paulo Silva encontrou-se com José Cardoso e com João Ximenes, contactado alegadamente por Cardoso. Ximenes terá trazido o espanhol Angel Hernandez e Paulo Freitas.
Cerca da meia-noite, João Ximenes e Paulo Silva terão ficado de vigia num automóvel, junto ao cemitério. José Cardoso, Angel Hernandez e Paulo Freitas terão, segundo a acusação, assaltado a casa. Nesse momento, ocorreu a agressão e morte de Agostinho Moreira.
Também o seu irmão, Manuel Moreira, foi amarrado e torturado.