O vídeo dura um minuto e 25 segundos e está circular nas redes sociais como alegada prova de riscos da entrada na Europa de migrantes muçulmanos vindos do Médio Oriente. A cena passou-se na fronteira da Macedónia e mostra algumas centenas de pessoas a recusarem receber pacotes de auxílio marcados com o símbolo da Cruz Vermelha.
Nas imagens, gravadas após uma chuvada que encharcou tudo, alguns soldados carregados com caixas da Cruz Vermelha tentam aproximar-se dos migrantes encostados a uma barreira fronteiriça de arame junto a algumas tendas. São recebidos com um coro de protestos.
Dezenas de migrantes, alguns com crianças ao colo, erguem os braços e abanam a cabeça em sinal de negação, reforçando a recusa. Os soldados e seus pacotes acabam a voltar para trás, desta vez sob aplausos.
As descrições das imagens nas várias publicações referem que os migrantes recusaram os pacotes por estes estarem marcados com uma cruz. Uma refere que os migrantes justificaram a atitude porque a cruz "lhes lembra os cruzados", pedindo para ela ser retirada dos pacotes.
Outros textos referem que um outro motivo da recusa foi o receio da comida ser haraam, ou seja, proibida pelo Islão. Os migrantes terão aceitado chá das mãos dos soldados.
Há vários alimentos, objetos e ações considerados haraam, proibidos especificamente no Corão, nas tradições do profeta Maomé (hadith) ou na sharia (lei muçulmana). Algumas são coincidentes com as proibições judaicas.
Na alimentação são haraam as carnes de porco, de cão ou de macaco ou até as de aves de rapina, o sangue dos animais, que devem ser sangrados na ocasião do abate, e as bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho.
O vídeo está visível no YouTube e tem sido difundido sobretudo por blogs e sites de propaganda anti-islâmica.