Venezuela. Serviços secretos prendem vice de Guaidó no Parlamento

por Mário Aleixo - RTP
Edgar Zambrano foi detido na última madrugada pelos serviços secretos venezuelanos Ivan Alvarado - Reuters

Funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela, o Sebin, detiveram o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, denunciou o próprio no Twitter.

"Fomos surpreendidos pelo Sebin, como nos negámos a sair da nossa viatura, usaram uma grua para transportar-nos de maneira forçada diretamente ao Helicoide [prisão do Sebin]. Nós democratas vamos continuar a lutar", escreveu.


Numa outra mensagem, publicada na mesma rede momentos antes, o deputado avisava o povo venezuelano de que se encontrava dentro da sua viatura junto da sede do seu partido, a Ação Democrática, em La Florida (centro-leste de Caracas), "cercado pelo Sebin".


Na sede da Ação Democrática, os deputados estão perplexos com o que aconteceu, temendo que existam novas buscas para deter mais parlamentares. No local, estão também dezenas de jornalistas, entre os quais Pedro Sá Guerra, da Antena 1, que relatou o ocorrido.

Antena 1

Na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela acusou o vice-presidente do Parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente do país, Nicolás Maduro.

Juan Guaidó e William Dávila reagiram à detenção de Zambrano.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela escreveu na rede social Twitter que quer que sejam atribuídas as responsabilidades e realça que cada perseguido e cada assassinado serão traduzidos em novas razões para tirar Nicolás Maduro do poder.


William Dávila reagiu a esta detenção. O deputado do partido de Guaidó exige a libertação de Edgar Zambrano e faz um apelo à comunidade internacional.

Antena 1

Segundo o Supremo, o deputado opositor Edgar Zambrano é responsável pelos crimes de "traição à pátria, conspiração, incitação à revolta, rebelião civil, associação para cometer delito, usurpação de funções, incitamento público à desobediência das leis e ódio continuado".

Estes crimes estão previstos no Código Penal venezuelano e na Lei Contra Criminalidade Organizada e Financiamento do Terrorismo.

c/ agências
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