Uma força naval russa composta pelo porta-aviões Kuznetsov e mais sete navios está a ser seguida de perto por vasos de guerra britânicos, durante a passagem pelo Canal da Mancha, presumivelmente a caminho da Síria.
O porta-aviões e as sete unidades do acompanhamento inicial partiram de Murmansk na quarta feira, deverão passar pelo Canal na noite de hoje, quinta feira, e supõe-se que o seu destino seja a Síria, com o propósito de reforçar o poder de fogo das forças empenhadas na tomada de Aleppo.
O Ministério da Defesa britânico anunciou que destacava navios da Royal Navy para vigiarem os movimentos da força russa. Um porta-voz do Ministério declarou: "Eles estão no Mar do Norte e não vão nesta altura virar para oeste - vão passar pelo Canal da Mancha. É difícil dizer quando".
A determinação do momento da passagem tem que ver com o mau tempo que está a começar no Golfo da Biscaia, podendo os navios russos optar por acelerarem e deixarem para trás a intempérie, ou por diminuírem a velocidade para deixarem que esta passe. Segundo aquele porta-voz, "conforme aquela das duas opções que tomarem, a sua passagem por Dover poderá variar até um dia".
Em qualquer caso, o Ministério promete submeter a força russa a uma marcação cerrada no momento da sua passagem ao largo da costa britânica. A fragata HS Richmond, destacada para o efeito, irá acompanhar essa força até certa altura, deixando-a depois; e o destroyer HMS Duncan continuará a "marcação".
Marcação
Segundo o porta-voz britânico, consiste em seguir um navio a cinco milhas de distância. Trata-se de fazer notar a presença aos navios seguidos, mas sem os perturbar ou ameaçar.
As duas corvetas russas enviadas do norte de Portugal serão interceptados por um outro destroyer, o HMS Dragon, que sairá em algum momento das próximas 48 horas para ir ao seu encontro.
Em todo o caso, o porta-voz do Ministério acrescenta: "Não vemos nisto nada de ameaçador. É apenas rotina, mas vamos enviar um destroyer".
Um diplomata da NATO citado pela Reuters, acoberto do anonimato, afirmou que se conta com a passagem dos navios russos por Gibraltar e depois pelo Mediterrâneo até à costa síria. O Kuznetzov transporta caças-bombardeiros que deverão participar na batalha de Aleppo.
A mesma fonte considerou que a movimentação envolve toda a frota do norte e grande parte da frota do Báltico, "no maior movimento de superfície desde o fim da Guerra Fria. Não se trata de um movimento amistoso. Dentro de duas semanas, vamos assistir a um crescendo de ataques contra Aleppo, como parte da estratégia russa de proclamar aí a vitória".