A Unicef alertou hoje que cerca de 11 milhões de menores podem ser afetados, incluindo por fome ou doença, devido ao El Niño, fenómeno meteorológico que está a causar secas e inundações em África, Ásia e América Latina.
"As consequências podem estender-se durante gerações, a menos que as comunidades afetadas recebam apoio", afirmou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) num comunicado.
Aquele fenómeno climático gera uma corrente de água quente no oceano Pacífico que provoca um aumento da temperatura do mar na costa, causando chuvas torrenciais nas zonas próximas do litoral.
A América do Sul é uma das regiões do mundo mais afetadas, com inundações nalgumas zonas do subcontinente e graves secas noutras.
A UNICEF lembra que além dos riscos de morte, o El Niño pode provocar o aumento de doenças como a malária, o dengue, a diarreia ou a cólera, especialmente mortais entre a população infantil.
"Quando condições meteorológicas extremas privam as comunidades dos seus meios de subsistência, as crianças sofrem frequentemente má nutrição, o que as coloca em alto risco de doença, atraso no desenvolvimento mental e morte prematura", indica o comunicado.
O fenómeno do El Niño em 2015 está a afetar várias zonas do mundo, entre as quais a América Central, com uma das piores secas das últimas décadas, segundo a agência da ONU.
Existem 3,5 milhões de pessoas afetadas em El Salvador, Honduras e Guatemala. No Peru, 1,1 milhões de pessoas, incluindo 400.000 crianças e adolescentes, estão em risco.
Na Somália, teme-se inundações que agravem a situação de três milhões de pessoas que já sofrem as consequências da falta de alimentos, enquanto na Etiópia se vive a pior seca dos últimos 30 anos: oito milhões de pessoas correm risco de fome e 350.000 crianças necessitam de apoio nutricional.