O Presidente eleito dos Estados Unidos já escolheu o secretário do Trabalho. Andrew Puzder, de 66 anos, é diretor executivo da cadeia de fast food CKE Restaurants Holdings e criticou fortemente as medidas de proteção dos trabalhadores adoptadas pela administração de Barack Obama. Foi um dos primeiros financiadores da campanha de Trump, tendo contribuído com mais de 330 mil dólares.
Ainda este ano, Puzder afirmou que a crescente automatização poderia ser um grande desenvolvimento porque as máquinas “são sempre educadas, vendem muito, nunca tiram férias, não aparecem tarde no trabalho, não cometem erros e não são alvo de discriminações sexuais ou raciais”.
Contra o Obamacare
O futuro secretário do Trabalho opôs-se à tentativa da administração de Obama de aumentar o salário mínimo dos 7,25 dólares para os 10,10 dólares. A última subida ocorreu em 2009.
Puzder opôs-se também à campanha a nível nacional liderada por trabalhadores de restaurantes fast food que pediam um salário mínimo de 15 dólares por hora, mais do que o dobro do valor atual.
É ainda contra o programa nacional de saúde Affordable Care Act, mais conhecido por Obamacare, tendo afirmado que este sistema fez com que as famílias tivessem menos dinheiro para gastar em refeições fora, originando uma “recessão na restauração”.
Por fim, Puzder opõe-se às leis de segurança dos trabalhadores e à nova regra que pretende estender o pagamento de horas extra a mais de quatro milhões de norte-americanos.
“Mulheres em biquíni a comer hambúrgueres”
Andrew Puzder tem em comum com Donald Trump a polémica em relação à forma como trata as mulheres. Confrontado com os anúncios publicitários da CKE Restaurants, cujas protagonistas são maioritariamente do sexo feminino, respondeu que gosta de ver “mulheres bonitas em biquíni a comer hambúrgueres”. “Penso que é muito americano”, rematou.
O Presidente eleito, porém, acredita que Puzder tornará os trabalhadores “mais seguros e prósperos”. Num comunicado divulgado pela sua equipa de transição, frisou ainda que o secretário do Trabalho “vai salvar pequenos negócios dos pesos esmagadores que representam as regulações” atuais.