Seul, 23 nov (Lusa) -- A Coreia do Sul assinala hoje o quinto aniversário do bombardeamento norte-coreano da ilha de Yeonpyeong, um dos maiores incidentes desde a Guerra da Coreia (1950-53), com manobras de artilharia, apesar das ameaças de Pyongyang.
As Forças Armadas sul-coreanas vão levar a cabo o exercício com fogo real nas águas próximas de Yeonpyeong, ilha situada no Mar Amarelo a escassos quilómetros da fronteira com a Coreia do Norte, indicou um representante do Ministério da Defesa em Seul à agência Efe.
A Coreia do Norte advertiu, no domingo, tal como em anos anteriores, para eventuais represálias "impiedosas" caso as forças sul-coreanas realizem esta manobra e disparem projéteis nas suas águas.
A situação desencadeou preocupação, já que pode turvar o atual ambiente na península apenas três dias antes do encontro entre representantes dos dois países, que vão reunir-se na quinta-feira na aldeia fronteiriça de Panmunjom para organizar uma nova reunião bilateral de alto nível.
O bombardeamento da ilha de Yeonpyeong a 23 de novembro de 2010, que matou dois soldados e dois civis, gerou na altura receio de um conflito de grande dimensão.
O exército sul-coreano já realizou, no passado, exercícios com fogo real junto à fronteira marítima, perto da data do aniversário, como um gesto simbólico de força.
Seul também celebra hoje um ato de homenagem às vítimas, que vai contar com a participação de 4.000 pessoas, incluindo membros do governo e militares.
Norte e Sul continuam tecnicamente em guerra, uma vez que a Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício, nunca substituído por um tratado de paz definitivo.