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Presidente angolano ordena inquérito à tragédia em estádio no Uíge

por RTP
Foto: DR

O Presidente angolano lamentou este sábado a morte de 17 pessoas que tentavam assistir a um jogo de futebol no Uíge, na zona norte do país. José Eduardo dos Santos ordenou a abertura de um inquérito para apurar as causas do incidente.

José Eduardo dos Santos pediu ao governo da província do Uíge que prestasse todo o apoio aos mais de 60 feridos – cinco em estado grave – na sequência da tragédia de sexta-feira no estado de futebol 4 de janeiro.  
 
O chefe de Estado angolano exprimiu solidariedade para com as famílias das vítimas e ordenou às autoridades competentes a abertura de um inquérito para apurar as causas do “grave incidente”, refere a nota presidencial.  
 
O jogo inaugural do Girabola, o campeonato angolano de futebol, realizava-se entre o Santa Rita de Cássia e o Recreativo do Libolo. A equipa da casa estreava-se esta época no principal campenato angolano de futebol.  
 
Este incidente terá sido provocado por um alegado forçar da entrada no estádio, o que causou a morte por asfixia de vários adeptos, incluindo crianças.
 
A confusão começou logo aos sete minutos de jogo, quando centenas de pessoas invadiram um dos portões do estádio, originando quedas e fazendo com que dezenas de pessoas ficassem pisadas entre a confusão. 

A situação nas bancadas não impediu a continuação do jogo, que terminou com a vitória do Recreativo do Libolo por 1-0. Só depois começou a ser conhecida a dimensão da tragédia à porta do estádio. 

No site oficial do campeonato angolano, lê-se uma mensagem de pesar para as famílias das vítimas, indicando que o Girabola se iniciou ontem "de luto".

Paulo Catarro, correspondente da RTP em Angola, conta que o incidente poderá ter resultado de falhas de segurança no estádio.

"Erro grave da polícia"
Pedro Nzolonzi, presidente do Santa Rita, responsabiliza a polícia pelo sucedido: "Ocorreu um erro grave da polícia, ao deixar a população aproximar-se do campo. Muitos não queriam pagar e os que tinham bilhetes não conseguiam entrar. Depois começou a confusão. É muito triste", explicou o dirigente, em declarações à agência Lusa.  
 
Para o dirigente, as autoridades deveriam ter acautelado a chegada em força destes adeptos. "Uíge é um povo que gosta de futebol e todo o mundo queria entrar no campo. Foi uma falha grave. A culpa disto tudo é da polícia. E era fácil evitar: era só alargar o cordão de segurança", acrescentou.
 
O responsável pelo clube garante ainda ter alertado com bastante antecedência para a necessidade de policiamento no local.  
 
Em Luanda, o Ministério angolano da Juventude e Desportos já solicitou à Federação Angolana de Futebol, à Associação de futebol local e às autoridades da província do Uíge que averiguem as causas do acontecimento e a tomada de medidas que se imponham necessárias.
 
"O Ministério da Juventude e Desportos manifesta profunda consternação e dor e solicita às direções da FAF, Associação de futebol local e às autoridades da província que averiguem as causas do acontecimento e tomem as medidas que se impõem", refere a entidade em comunicado.

Entretanto, o vice-presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF) garante que o campo tinha sido inspecionado a tempo do início do campeonato.

O responsável diz que a população estava "ávida" para poder assistir ao jogo, e que esse terá sido o motivo na origem da tragédia.  

(com agências)
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