O ministro português dos Negócios Estrangeiros considera "absolutamente normal" o apoio da Rússia a uma candidata da Europa de Leste ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Um dado que é "conhecido há muito", afirmou.
E já se conhece a orientação de voto da Rússia. O embaixador na ONU, Vitaly Churkin, afirmou que Moscovo gostaria de ver uma mulher no cargo e que por isso vai apoiar um candidato da Europa de Leste.
Declarações logo após a audição, na Assembleia-Geral, da búlgara Kristalina Georgieva, que entrou no processo na semana passada.
Declarações logo após a audição, na Assembleia-Geral, da búlgara Kristalina Georgieva, que entrou no processo na semana passada.
Em declarações à agência Lusa, o ministro português dos Negócios Estrangeiros disse que se trata de uma declaração "absolutamente normal" uma vez que a Rússia "sempre disse que a sua primeira escolha seria de uma candidatura da Europa de Leste". Um dado, acrescenta, "conhecido há muito".
"Também notamos a posição russa segunda a qual as qualidades da candidatura do engenheiro António Guterres são conhecidas e são óbvias", afirmou. Augusto Santos Silva assinalou no entanto que nas declarações recentes da Rússia foi acrescentada a referência ao género, "uma preferência que a Rússia nunca tinha manifestado".
O ministro reiterou que o Governo português encara "com serenidade o desenvolvimento deste processo". "Fizemos o que era nosso dever: tendo um candidato com a qualidade do engenheiro António Guterres, era nosso dever apresentar a candidatura ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Apresentámos a candidatura em devido tempo, o engenheiro António Guterres apresentou as suas ideias, foi ouvido pela Assembleia-Geral, participou nos debates, participou em todas as votações e em todas teve os melhores resultados", disse.
Quanto à candidatura de Kristalina Georgieva, Augusto Santos Silva limitou-se a afirmar: "Saudamos todos os candidatos e candidatas, porque a qualidade das candidaturas até agora apresentadas só reforça o mérito do engenheiro António Guterres".